Os moradores da cidade mineira de Congonhas respiram pó. Cercados por mineradoras, há décadas lutam contra a contaminação. A poeira cobre tudo e todos: somente das ruas estima-se que sejam recolhidas seis toneladas por dia, e o patrimônio histórico, que inclui obras de Aleijadinho, está totalmente ameaçado. Os problemas respiratórios respondem por 30% dos atendimentos na policlínica local. Para resolver a situação, o prefeito Anderson Cabido decretou que carros sujos não mais circularão na cidade. A multa para quem “carregar” pó de um lado para o outro chega a R$ 127 e pode render até cinco pontos na habilitação. A rigor, a providência do prefeito resolve a questão pela metade. Muitos carros empoeirados assim não o são por vontade do dono, mas tão somente em consequência do descuido das mineradoras. O prefeito deveria exigir, também, que elas modernizem seus sistemas operacionais para poluírem menos.