Há como réus um coronel reformado do Exército e uma lei fantasmagórica no processo que familiares do ex-guerrilheiro Luiz Merlino tocam para a frente 40 anos após a sua morte nos porões da ditadura militar no Brasil. Na quarta-feira 27 deu-se a primeira audiência em São Paulo. O réu em pessoa é Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de ter torturado e matado Merlino nas dependências do famigerado DOI-Codi. O réu invisível é a própria Lei de Anistia que de forma esdrúxula contemplou no Brasil perseguidos políticos e torturadores – jovens caras-pintadas (foto) foram à porta do fórum exigir a revisão dessa lei. A família de Merlino não quer indenização, quer apenas o desmonte da farsa de que o preso morreu atropelado porque tentara fugir. Ustra arrolou gente graúda em sua defesa, mas, de saída, perdeu. Queria o presidente do Senado, José Sarney, depondo a favor da Lei de Anistia. Sarney disse que não vai. 


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