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A sonda Juno percorreu seus últimos quilômetros em terra na semana passada. A nave deixou o Astrotech Space Operations, na cidade de Titusville (EUA), e viajou 25 km até a base de onde será lançada, em Cabo Canaveral, na Flórida. O que virá a seguir será uma rota épica. Entre os dias 5 e 26 de agosto, dependendo das condições climáticas, a missão rumo a Júpiter será lançada ao espaço a bordo de um foguete. Depois, Juno terá pela frente nada modestos 2,9 bilhões de km, a ser percorridos em cinco anos. Assim que entrar na órbita do maior planeta do Sistema Solar, em 2016, a sonda terá todas as condições de desvendar os mistérios do gigante gasoso – e, quem sabe, da formação do Universo.

Entender como e em que ponto da galáxia Júpiter se formou pode turbinar nosso conhecimento sobre o nascimento dos planetas e como eles acabaram ficando onde estão. “Buscamos a receita de como eles são feitos”, disse o chefe da missão, Scott Bolton, do Southwest Research Institute (EUA). Uma das dúvidas dos cientistas é se o planeta gasoso possui um núcleo sólido. Se não o tiver, provavelmente nasceu do mesmo jeito que o Sol, “sugando” os gases ao redor durante uma instabilidade gravitacional.

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Se existir um centro duro, porém, isso quer dizer que esses elementos rochosos precisaram de tempo para se formar antes de serem cercados pelos gases que hoje constituem a maior parte de Júpiter. A confirmação de uma teoria ou de outra – ou a formulação de uma terceira – vai ajudar a determinar o tempo de formação do Sistema Solar e como funciona a dinâmica da sua criação.

Será um grande avanço em relação a Galileo, outra missão ao gigante gasoso, que durou de 1989 a 2003 e apontou suas lentes e antenas para as 64 luas de Júpiter. “Desta vez, vamos estudar mais profundamente os campos magnético e gravitacional do planeta”, disse à ISTOÉ David J. McComas, um dos responsáveis pela criação da sonda e também pesquisador do Southwest Research Institute.

Outra inovação tecnológica de Juno é a não utilização de combustíveis nucleares, como é o padrão em empreitadas desse tipo. A missão, de custo considerado intermediário (US$ 1,1 bilhão de dólares), terá seus instrumentos alimentados apenas por energia solar. Como o grau de radiação do Sol em Júpiter é cerca de quatro centésimos da que chega à Terra, os três painéis de captação têm nove metros cada.
Uma câmera instalada na sonda deve registrar as belas imagens das auroras que ocorrem no planeta, um espetáculo mais interessante do ponto de vista estético do que propriamente científico. Esse fenômeno é o mesmo que acontece nos polos da Terra – um deles é a Aurora Boreal, no Polo Norte. Ele é causado pela colisão de partículas carregadas de energia com os átomos, gerando um espetáculo de cores.

Um ano depois de chegar ao planeta gigante, girando 33 vezes em torno dele, Juno será lançada nas profundezas de Júpiter. É uma forma de não contaminar o ambiente das luas do astro e evitar a colisão com outras sondas que possam visitar o local no futuro. Será o fim da missão, mas o começo de um novo tempo. 

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