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Após anos de escavações pela Turquia, a equipe do italiano Francesco d’Andria, numa missão arqueológica iniciada em 1957, encontrou o que ele acredita ser a tumba de São Filipe, um dos 12 apóstolos de Jesus. O túmulo do santo, que ainda não foi aberto, foi achado em meio às ruínas de uma igreja na cidade de Pamukkale, antiga Hierapolis, na qual o professor D’Andria trabalhava havia um mês. A prova de que a tumba pertence mesmo a São Filipe é a de que sua estrutura e os escritos contidos nela conferem com as pistas que os estudiosos tinham dela. “Essa descoberta é de grande importância para a arqueologia e para o mundo cristão”, celebrou D’Andria.

O achado pode ajudar a jogar luz sobre a vida de Filipe, que não é muito conhecida. O que se sabe até hoje é que ele teria nascido na mesma cidade dos apóstolos André e Pedro, na Galileia (Israel), e feito parte do grupo de discípulos que acompanhava São João Batista. Segundo consta, ele estava presente quando João chamou Jesus de “Cordeiro de Deus”. Nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, Filipe sempre é citado em quinto lugar na lista dos discípulos, logo atrás de Pedro, André, Tiago e João. O apóstolo teria peregrinado pela Ásia Menor para evangelizar até ser morto pelos romanos em Hierápolis, crucificado de cabeça para baixo. Em 2008 essa mesma equipe achou uma basílica do século V que teria sido erigida sobre o local onde ele foi martirizado.

“Temos um grande apreço pelo trabalho do professor D’Andria e sabemos da importância do achado”, disse o editor da revista americana “Biblical Archaeology Review”, Hershel Shanks à ISTOÉ. “Acompanhamos anteriormente a escavação do local onde Filipe foi martirizado, e a descoberta da tumba completa esse ciclo.” A história dos últimos dias do santo, que fora acusado de ser mágico e humilhado publicamente ao lado de sua irmã Mariamne antes de ser crucificado, está em um artigo que a revista vai publicar na edição de agosto, escrita pelo próprio professor D’Andria.

Quem também vai sair ganhando com a descoberta é a cidade turca de Pamukkale. O local, que já atrai turistas por causa de suas águas termais, deve se tornar mais um ponto de peregrinação cristã no mundo. 

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