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ALTA
Em apenas um mês, o preço do álcool aumentou 5,75% em São Paulo
 

Na quarta-feira 27, o governo vai anunciar uma série de medidas para conter o aumento do preço do álcool no País e evitar o desabastecimento a partir de novembro. Já era tempo. Nas últimas quatro semanas, em plena safra, o valor do etanol voltou a subir, principalmente na região metropolitana de São Paulo, onde o preço aumentou 5,75%. Em 18 Estados, além do Distrito Federal, tornou-se mais vantajoso abastecer com gasolina do que com álcool. O fato é que o Brasil não tem conseguido atender ao consumo interno e mostra fragilidade na política de biocombustíveis. Isso é tudo o que a presidente Dilma Rousseff não quer. Em conversas com seus auxiliares, ela mandou avisar que não abre mão da política de biocombustíveis e cobrou medidas urgentes para garantir a revitalização do setor. Além dos ministérios diretamente envolvidos com a questão, convocou o BNDES, o Banco do Brasil e a Petrobras.

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APOIO
Usineiros e produtores terão linhas de crédito especiais

A primeira ação será reduzir a mistura de álcool na gasolina. Em abril, o governo editou medida provisória diminuindo em dois pontos a faixa obrigatória da mistura, que passou de 20% a 25% para 18% a 25%. Até o fim do mês, fará valer a nova lei. Para atender ao aumento da demanda por gasolina, a Petrobras já começou a importar o combustível. A estatal também deve elevar de 5% para 12% sua participação como produtora. O Banco do Brasil fará linhas de créditos especiais para a renovação dos canaviais e a ampliação da capacidade produtiva. Para evitar que os usineiros se dediquem à produção de açúcar, em prejuízo da oferta de etanol, o governo pretende desestimular a exportação do produto. “Não temos nada contra o açúcar”, diz o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. “Temos muito a favor do etanol.” Os recursos do BNDES serão destinados à formação de estoque regulador, mecanismo eficiente para amortecer grandes oscilações na oferta e nos preços ao longo da safra e da entressafra. A desoneração tributária está na pauta do Ministério da Fazenda. Técnicos calculam a possibilidade de reduzir a Cide, o imposto do combustível. Todo o esforço é necessário. Há alguns dias, o Senado dos Estados Unidos aprovou a eliminação dos subsídios do etanol de milho e abriu caminho para a importação do álcool brasileiro. Portanto, a pressão sobre a oferta de etanol só tende a aumentar. 

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