Quase cinqüentona, Madonna resolveu dar um tempo nos tailleurzinhos e no sotaque de dama inglesa e cair de novo na gandaia. Tirou do baú anos 70 um collant roxo, tingiu os longos cachos de ruivo e posou de “dancing queen” na capa de Confessions on a dance floor (Warner), que tem lançamento mundial na terça-feira 15. Devido ao visual, a mãe de Rocco e Lourdes Maria foi chamada de travesti pelo apresentador do MTV Europe Music Awards, na semana passada, quando ela deu uma palha de Hang up, o esquenta-pista que abre o CD, com sample do Abba. O produtor Stuart Price, do Les Rythmes Digitales, entendeu o recado e fez do disco um longo set de DJ.

Na seqüência, a Material Mom engata o balanço “french touch” de Get together, o electro de Sorry e a disco Future lovers, com teclados chupados de I feel love, de Donna Summer – chama a salada de “future disco”. Em Isaac, que causou uma saia-justa com os adeptos da cabala, por supostamente fazer referência ao místico judeu Isaac Luria, Madonna usa o cantor do Iêmen Ytzahk Sinwani cantando o tema tradicional Im Nin’ Alu. Lembra o orientalismo de Ray of light (1998), seu último grande disco. Rigorosa com sua prole, proibida de ver televisão e se empanturrar de doces, e escritora infantil por hobby, a mamãe das pistas prova que não é mesmo boa em canções de ninar. As 12 faixas de Confessions on a dance floor são mesmo para varar a noite debaixo de algum globo de espelhos.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias