Finalmente chega aos cinemas o último episódio da saga do jovem bruxo que conquistou uma geração. Para quem já não se lembra de toda a história, ISTOÉ preparou um intensivo. Confira o vídeo :

HP72_site.jpg

 

chamada.jpg

15 de julho sempre foi uma data comum na história do cinema. A partir da semana que vem, no entanto, será lembrado como o dia em que o bruxo Harry Potter se despediu das telas. Na sexta-feira estreia no Brasil – e simultaneamente em todo o mundo – “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2”, o esperado último episódio da saga escrita pela britânica J. K. Rowling que vendeu mais de 450 milhões de livros e teve rendimentos no cinema superiores a todas as aventuras do agente 007. Os pottermaníacos, alguns já em idade adulta, conhecem o final da história, mas aguardam com ansiedade a derradeira batalha entre o bem e o mal: nela, o melhor pupilo da escola de magia de Hogwarts, vivido por Daniel Radcliffe, vai usar tudo o que aprendeu para dar cabo no vilão Lord Voldemort (Ralph Fiennes). Não é apenas o fim de uma saga: é o desfecho de um fenômeno pop que gerou comportamentos e deixou uma herança ainda em andamento no mundo do entretenimento.

img.jpg
ESPETACULAR
Lord Voldemort (Ralph Fiennes) e os amigos Harry (Daniel Radcliffe),
Hermione (Emma Watson) e Rony (Rupert Grint): batalha final

img1.jpg

Esse grand finale vem sendo preparado há dois anos e, para não decepcionar os fãs, a Warner trouxe de volta à direção o cineasta David ­Yates, que assinou os melhores episódios da série – “A Ordem de Fênix” e “O Enigma do Príncipe”. Yates teve à disposição US$ 200 milhões e contou inclusive com a tecnologia 3D, embora não aprecie a moda e alerte os espectadores para não se empolgarem tanto pela novidade: “Não sou muito interessado em coisas pulando para fora da tela”, disse ele, que preferiu usar os truques para dar mais ­gigantismo à escola de Hogwarts. ­Daniel Radcliffe, hoje com 22 anos, declarou na semana passada ter sido levado ao alcoolismo pela pressão de encarnar um personagem por tanto tempo, mas se empenhou em garantir o espetáculo. Um dos momentos mais tensos das filmagens, segundo ele, se deu durante a sua caminhada solitária pela Floresta Proibida, quando encontra pessoas queridas já mortas – o pai, a mãe e o padrinho Sirius Black: “Foi um dia difícil e emocional. É um momento muito esperado pelos fãs e me esforcei para que tudo saísse de acordo”, disse Radcliffe.

Ao lembrar a fidelidade dos leitores de Rowling, o ator sublinha a grande novidade de “Harry Potter”. Na mistura de elementos cotidianos à fantasia de livros clássicos como “O Senhor dos Anéis” e “As Crônicas de Nárnia”, publicados anteriormente, a autora escocesa conseguiu a proeza de levar de volta a leitura a uma faixa etária pouco interessada em romances – o que dirá de um calhamaço. Seduziu também os pais. Só no Brasil, por exemplo, os sete volumes da série venderam 3,6 milhões de exemplares. “É interessante ver a sua filha de 10 anos lendo um livro de 700 páginas e sem figuras”, afirma o professor de literatura da PUC-Rio André Moura. “A história se passa no ambiente ­escolar e envolve dilemas típicos da adolescência, como a aceitação das diferenças e as noções de bem e mal”, diz o professor. O recurso da fantasia, segundo ele, torna atraente esses ­assuntos sem precisar se recorrer ao didatismo enfadonho. A fórmula, ­claro, foi logo percebida e gerou ­seguidores como as sagas “Crepúsculo” e “Percy Jackson”.

Seria um exagero, contudo, imaginar que o bruxo estaria passando a “varinha” para esses similares, muito aquém em termos de magia. “Harry Potter” revelou um universo fantasioso que foi sendo construído aos poucos, desde o primeiro filme, de 2001. Se na época de “Pedra Filosofal” Radcliffe e seus companheiros mirins, Emma Watson e Rupert Grint, tinham apenas 12 anos e não sabiam se comportar diante das câmeras – como lembrou o diretor do filme de estreia, Chris Columbus –, a despedida do set de filmagens dez anos depois teve um clima de ritual de passagem. Elenco e equipe avaliaram a demolição do Salão Principal, considerado a espinha dorsal do reino de Hogwarts, como o símbolo perfeito do fim de uma era. “Foi difícil ver algo tão grande que sempre fez parte do set de filmagens ser derrubado”, diz Radcliffe. “A ideia de tudo acabar para sempre foi um pouco trágica”, completou Emma. Além de milionários, os jovens já podem dizer que têm saudade.  

img3.jpg

img2.jpg