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O termo cibernética vem do idioma grego e originalmente se relacionava ao comando do prumo de uma embarcação. Como ciência, a cibernética surgiu em 1948, quando o cientista americano Norbert Wiener escreveu o artigo “Cibernética e sociedade”, dando à palavra a função de definir o controle de qualquer sistema de comunicação, seja ele maquínico, seja animal. Assim como diferentes disciplinas se somaram às artes visuais, como a biologia, que resultou na bioarte, a junção entre arte e cibernética ganha uma vitrine dentro desta segunda edição do Rumos Arte Cibernética. Realizado desde 2006 pelo Itaú Cultural, o programa visa selecionar, por meio de edital, trabalhos de artistas que possuem pesquisa dentro deste campo.

Na arte cibernética é imprescindível que exista uma coprodução entre os diferentes sistemas que compõem a obra de arte. “Quando se fala em arte cibernética, pensamos em um conceito mais abrangente do que vem a ser a interatividade.

O artista transfere toda a poética e autoria para as reações que acontecem no sistema da obra, seja com pessoas, seja com máquinas”,
explica Marcos Cuzziol, gerente do Itaulab – Núcleo de Arte Cibernética do Itaú Cultural.

Um exemplo é o trabalho do paulistano Márcio Ambrósio, “12i – A Roda da Vida”. O artista realizou uma releitura de um zootrópio (foto), tambor circular com cortes, através dos quais o espectador pode observar desenhos colocados em seu interior que, ao girar, ganham movimento. Nessa obra, o público possui seus movimentos captados por uma câmera. Posteriormente, por meio de um tíquete inserido no zootrópio, o visitante pode ver 12 imagens de seus movimentos organizadas por um software que as transforma em uma animação. Dessa forma, tanto a autoria da animação, que fica a cargo do software e do público, quanto a exibição que acontece no zootrópio funcionam como sistemas independentes da ação do artista.

Além dessa obra, outros seis trabalhos, selecionados para o Rumos Arte Cibernética, participam da mostra que inclui também obras do artista Ricardo Nascimento e Juliana Cerqueira, selecionadas na primeira edição, em 2006.