Assista ao vídeo e embarque com a reportagem de ISTOÉ Online para uma volta no Nissan Leaf :

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TOMADA
O cabo que alimenta as baterias do Nissan Leaf
(ao fundo), modelo que  só veio ao Brasil de visita

Na última semana, a reportagem de ISTOÉ viveu horas na pele de um alienígena. A bordo de um Nissan Leaf, modelo movido a baterias de lítio com emissão zero de CO2 na atmosfera, nossa equipe foi alvo de olhares curiosos, dedos apontados e conversas ao pé do ouvido. Afinal, não é todo dia que um carro 100% elétrico roda por São Paulo. Até aí, tudo bacana. O problema é que, muito provavelmente, os veículos mais limpos do mundo nunca deixem de ser como naves de outro planeta por aqui. Graças a uma disputa política e econômica, eles correm o sério risco de jamais chegar às nossas lojas.

“O maior receio do governo é que os elétricos matem o etanol”, diz Fábio Maggion, supervisor de engenharia e planejamento da Mitsubishi Motors no Brasil, que chegou a importar alguns carros do modelo MiEV em 2010. Não há como negar a importância de uma das principais matrizes energéticas brasileiras, um dos músculos da nossa economia e a alternativa limpa brasileira aos combustíveis fósseis. Mas impedir que o consumidor – em especial, aquele preocupado com a questão ambiental – tenha acesso a uma tecnologia totalmente limpa pode ser um erro grave.

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A principal trava no caminho dos 100% elétricos no País é econômica. Como ainda são muito mais caros do que os automóveis convencionais, eles dependem de incentivos – sobretudo fiscais – para se tornar vendáveis. Nos EUA, na Europa e na Ásia, um número cada vez maior de governos toma atitudes nesse sentido. Por aqui, ainda nada foi planejado (leia abaixo). “O lobby pelo etanol é forte demais”, diz Chris Paine, diretor do documentário “Quem Matou o Carro Elétrico?”.

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DERRAPOU
Lula guiou um elétrico em 2010, mas apoio não saiu

Qual seria a alternativa? “A melhor opção são os híbridos”, diz Pietro Erber, diretor da Associação Brasileira de Veículos Elétricos. Ele cita os modelos que rodam com motores a combustão e elétricos. A tecnologia é sucesso fora do Brasil há anos. Apenas o Toyota Prius, que roda com gasolina, já alcançou a marca de um milhão de unidades vendidas nos EUA. O importado Ford Fusion Hybrid chegou ao Brasil em outubro de 2010, mas a alternativa continua um luxo para poucos. Enquanto os americanos pagam cerca de R$ 45.000 pelo modelo, os brasileiros desembolsam proibitivos R$ 134.000.

Resta saber se essa disparidade de preços impulsionará uma corrida pelo primeiro – e bem mais barato – modelo comercial made in Brazil movido a eletricidade e álcool. Em recente evento, o ministro Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, afirmou que o “etanol elétrico” é promissor. Enquanto isso não ocorrer, os elétricos devem continuar a vir ao País apenas a passeio. Uma iniciativa que ao menos mostra como a inovação pode fazer muito bem a uma das indústrias mais poluidoras. “Montar uma fábrica e criar modelos elétricos foi uma decisão tomada há quase dez anos”, diz Murilo Moreno, diretor de marketing da Nissan. 

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