Juventude

Parabéns pela matéria “Nova fonte da juventude” (ISTOÉ 1775). Justiça seja feita. Vivemos todos sob os ditames da mídia. Peculiar esse estado de coisas em que descobertas e procedimentos já “maduros senhores”, velhos conhecidos da ciência médica, aportam quando em vez, nos consultórios médicos como “uma das mais novas promessas da ciência”. São então institucionalizados e venerados, relegando ao esquecimento a história de sua origem, a pesquisa nos bastidores, os anos de experimentos e seus usos, predicados estes, que os reveste de uma aura de atemporalidade. Falo especificamente da procaína, utilizada desde a década de 60 na fórmula do tão famoso KH3. Quem não viveu não viu, mas a caixa bege e vermelha, sempre será lembrada, a pílula da juventude eterna, que nada mais é do que a procaína. E as clínicas de rejuvenescimento européias? Utilizam-na até hoje de forma injetável. Alguém duvida que o mundo dá voltas?
Dra. Patrícia Rittes
São Paulo – SP

No caso específico da procaína, a sua utilização teve início, em
1949, em Bucareste, para tratamento de monoartrite. Pelos seus
efeitos positivos, neste caso, desenvolveram outras formulações buscando outros possíveis efeitos benéficos. Foi largamente utilizada
em idosos buscando atenuar os efeitos do envelhecimento. Porém, é absolutamente necessário que fique registrado que nenhum periódico conceituado publicou qualquer estudo científico que constatasse efeito terapêutico vitorioso. Seus resultados são semelhantes aos obtidos pelos placebos, de ordem subjetiva, portanto, meramente psicológicos, com
o agravo de, por ser um anestésico, ao reduzir a dor postergar o aparecimento de doenças.
Dra. Elizabete Viana de Freitas
Geriatra, ex-presidente da Sociedade Brasileira
de Geriatria e Gerontologia
Rio de Janeiro – RJ

A matéria sobre a utilização da procaína, um anestésico local sintetizado no início do século passado, me trouxe algumas reflexões a serem feitas sobre a medicina que estamos praticando. É certo que a “fonte da juventude”, ao longo dos últimos séculos, foi exaustivamente procurada por muitos, mas é mais certo ainda que a maturidade (velhice para alguns) é inexorável. A procaína tem algumas propriedades interessantes como a de retardar a eliminação de algumas drogas quando aplicada conjuntamente, como é o caso da penicilina por exemplo. Seu efeito sobre o metabolismo tecidual carece de estudos, mas parece mesmo ter efeitos benéficos sobre o metabolismo local das células. Transpor isso para a propaganda de rejuvenescimento com depoimentos de artistas que vivem de ser jovens e buscam a qualquer preço manter-se assim para seguir suas carreiras, acho muito forte e um desserviço à população que pode se enganar com a mensagem e buscar a droga sem qualquer precaução, causando prejuízo a todos. No ano passado aconteceu a mesma coisa com a fosfatidilcolina que apesar de útil em alguns casos passou a ser aplicada por leigos em toda parte até finalmente ser proibida pela Anvisa, ficando assim prejudicado o estudo da própria droga e os bons médicos que a aplicavam sem prejuízo à saúde dos pacientes.
Dr. Carlos Eduardo Nazar
Presidente da Sociedade Médica
Brasileira de Intradermoterapia
São Paulo – SP

Política

Parabéns. Como acontece antes de qualquer eleição, alguns políticos migram para onde está correndo mais verba, ou seja, procuram aliar-se a quem está no poder e com a chave do cofre, que com certeza se abrirá no próximo ano. “Efeito manada” (ISTOÉ 1775).
Marcilio Jota Gomes
Recife – PE

Muito oportuna a reportagem, na qual retrata a hipocrisia de muitos políticos que, por conveniência, aderem à infidelidade partidária. É necessário uma reforma política urgente no Congresso Nacional.
Fabio da Cunha Queiroz
Salvador – BA

Fax Brasília

Na ISTOÉ 1775, foi publicada na coluna Fax Brasília nota que faz referência a meu nome, cujo conteúdo não é verdadeiro. Ao contrário do que foi publicado, eu não pedi demissão do cargo de consultor-geral da República porque nunca fui seu titular. Vale lembrar que a Consultoria-Geral da República foi extinta há mais de dez anos, ocasião em que foi criada a Advocacia-Geral da União. De qualquer sorte, existe, nesta Advocacia-Geral, o cargo de consultor-geral da União, o qual, entretanto, nunca foi por mim ocupado. Sou um dos dez consultores da União, subordinados ao consultor-geral da União. De fato, em maio de 2002 fui designado substituto do consultor-geral, em seus afastamentos, impedimentos e na vacância do cargo. Em setembro do mesmo ano, com a saída do consultor-geral, passei a exercer, temporariamente, as atividades do cargo, até que outro titular fosse nomeado. Só recentemente ocorreu essa nomeação. Em breve, com a posse do titular, cessará a substituição, independentemnte da prática de qualquer ato adicional. Assim, continuo a ocupar o cargo de consultor da União enquanto o senhor advogado-geral da União assim o desejar. Sinto-me honrado pela confiança em mim depositada pelo ministro Alvaro Augusto Ribeiro Costa, com o qual, ao contrário do que faz crer a nota publicada, tenho tido o prazer e a satisfação de conviver nestes últimos nove meses, num clima de confiança e respeito mútuo.
João Francisco Aguiar Drumond
Consultor da União
Advocacia-Geral da União
Brasília – DF

Judiciário

A reportagem “Toga de tacape” (ISTOÉ 1775) resume as opiniões padronizadas sobre a lentidão da Justiça. Essa padronização desconhece a raiz do problema da demora no término das ações cíveis. O próprio ministro da Justiça – talvez por ser da área criminal – não tem uma idéia clara do “porquê” da inegável demora. E sem a remoção dessa “raiz venenosa” – a ingênua presunção de que todo recurso processual é motivado por uma injustiça – não teremos solução para o emperramento. A motivação das apelações, e outros recursos, na maior parte das vezes, é apenas a busca de uma vantagem econômica, consistente na própria demora. E nenhum controle externo resolverá esse principal problema do Judiciário, porque os juízes não podem simplesmente rasgar, ou não processar, os recursos protelatórios.
Des. Francisco César P. Rodrigues
São Paulo – SP

ACM

A reportagem “O mandante” (ISTOÉ 1775) serve para desmascarar aqueles que acreditavam que o Ministério Público estava umbilicalmente ligado ao governo petista e que por uma questão de conchavo político ACM sairia livre da sua traquinagem no caso dos grampos. Parabéns ao MP e ao procurador-geral da República, dr. Carlos Fonteles, que demonstraram que o MP é autônomo e não se curva aos interesses escusos que permeiam o cenário político brasileiro.
Lander das Dores Silva
Belo Horizonte – MG

Desmatamento do cerrado

Excelente a reportagem. Mostra como está a relação do governo
petista com as multinacionais. Um verdadeiro balcão de negócios.
Toma-lá-dá-cá. É este o PT que veio para mudar o Brasil e o Piauí.
Aqui, lutamos para tirar o PFL do poder e colocar o PT. Foi o mesmo
que trocar seis por meia dúzia. As práticas são exatamente as mesmas. Podemos até garantir que o PT do Piauí não tem nenhuma diferença do PFL. “O cerrado vira lenha” (ISTOÉ 1775).
Judson Barros
Ambientalista da Funáguas
Teresina – PI

Investigação

Surpreso com a matéria intitulada “Onde estão os R$ 170 milhões?” publicada na revista ISTOÉ 1773, envolvendo o meu nome (Henrique Zaffari) e da empresa Oyster, da qual sou sócio majoritário, venho me dirigir à V.Sa. no sentido de requerer que me seja assegurado “o direito de resposta, proporcional ao agravo …” conforme preceitua o artigo 5º, inciso “V” da Constituição Federal, necessitando que seja publicado na íntegra minha resposta sobre os fatos na matéria em questão: 1) Inicialmente, é inverídica a alegação de que fui procurado pela redação da ISTOÉ e não fui encontrado, pois minha empresa está estabelecida no mesmo local por mais de dez anos, e ninguém registrou nenhum contato desta revista; 2) Em relação ao financiamento internacional apontado, informo para seu conhecimento e de seus leitores, que a Oyster nunca firmou contrato para receber qualquer valor oriundo do Exterior, apenas encaminhou projetos para análise dos agentes financeiros e desta fase não mais evoluiu; 3) A denúncia de Jorge Aníbal Ferreyra, após exaustivas investigações da Polícia Federal, foi definitivamente arquivada pelo juiz federal substituto da 2ª Vara Criminal de Porto Alegre – dr. Ricardo Humberto Silva Borne – por insuficiência de provas – isto é, não houve nenhum recebimento de parcelas noticiadas pela sua revista, oriundas de informações do sr. Jorge Aníbal Ferreyra; 4) Em relação às menções do advogado Michael Ortiz (autor dos faxes publicados na matéria) o mesmo informou ao jornalista João Paulo Nucci, através de fax, que as alegações do sr. Ferreyra, relativo à liberação do empréstimo internacional, são falsas, portanto não podem merecer guarida desta revista; 5) Informo, ainda, que estou processando o senhor Ferreyra pelos crimes de extorsão, calúnia e difamação; 6) Aponta-se, ainda, o estranho equívoco do redator quando aponta o “sumiço” de R$ 170 milhões. Na verdade, através de vasta prova pericial e documental produzidas no inquérito federal, demonstraram que o suposto valor nunca existiu, tão pouco foi depositado no Uruguai ou em qualquer paraíso fiscal, o que culminou com o arquivamento do processo mencionado.
Henrique Zaffari
Diretor do Grupo Oyster
Porto Alegre – RS

Enfermeira exemplar

Referente à nota “Professora doutora enfermeira”, (ISTOÉ 1771), gostaria de esclarecer que a dra. Patrícia Benner é enfermeira, e não médica. Ela esteve no Brasil a convite do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) para participar do II Sien – Simpósio Internacional de Enfermagem, realizado de 28 a 30 de agosto de 2003 para falar sobre uma teoria para o desenvolvimento profissional de enfermeiros criado por ela. Esse modelo é aplicado mundialmente, sendo a enfermagem do HIAE a primeira na América Latina a desenvolvê-la em campo. Não é a partir da vivência emocional da enfermeira que ela descobre como deve agir. O método proposto pela dra. Benner, e aplicado no Einstein, parte da observação e análise de enfermeiros experientes, com mestrado ou doutorado, que detectam pontos objetivos e mensuráveis para o desenvolvimento do profissional. O Einstein optou em aplicar essa teoria como fundamento para o Modelo de Educação Continuada. Não houve nenhuma consultoria nem acompanhamento dos enfermeiros do hospital. Através do Sien, os profissionais do HIAE e a dra. Benner puderam trocar experiências pela primeira vez. Por fim, ainda gostaria de esclarecer que a estratégia para o modelo de enfermagem do hospital vai muito além de uma teoria de desenvolvimento profissional. Tem como pilares a prática de enfermagem à beira do leito, com garantia de capacitação e qualificação de seus profissionais e o gerenciamento do ambiente assistencial local. O modelo de gestão implantado é baseado  na administração participativa.
Dra. Anna Marguerita Bork
Diretora de enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein
São Paulo – SP