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Contratar os serviços de uma prostituta em Zurique, na Suíça, deve ficar mais fácil e seguro em breve. Um controverso projeto acaba de ser apresentado no Parlamento do cantão local por um grupo de nove representantes governamentais das áreas de saúde, assistência social e segurança pública. Se aprovado, dez cabines para carros, espécie de drive-ins, serão colocadas pela cidade para que as profissionais do sexo tenham onde atender seus clientes. “A situação está ficando perigosa demais para elas”, disse à ISTOÉ Christina Stücheli, do departamento de bem-estar social da Prefeitura de Zurique. “A vida nos bairros onde elas trabalham mais intensamente também tem perdido qualidade.” Nas ruas onde a prostituição é mais ostensiva, até 120 carros chegam a se enfileirar em busca de serviços sexuais, causando verdadeiros congestionamentos nos horários de pico.

Com gastos previstos de cerca de 2,4 milhões de francos suíços (R$ 4,4 milhões), as vagas são apenas parte de uma espécie de novo marco regulatório da prostituição, atividade legal na Suíça. Nele, serão estabelecidas ainda regras de identificação para quem trabalha nesse mercado, zonas onde ele poderá ser exercido e horários autorizados. “Nos inspiramos em projetos que já funcionam em cidades como Colônia, na Alemanha, e Utrecht, na Holanda”, afirma Christina. As três zonas previstas serão criadas apenas em regiões com menos de 20% de imóveis residenciais onde não há escolas, creches, igrejas, parques e clubes. Uma proposta para limitar os atendimentos entre as 22h e as 5h também está em estudo. “Nosso objetivo é proteger quem escolhe essa profissão”, diz a representante da prefeitura.

Dentro do projeto foram incluídas ainda ONGs comprometidas com a redução do tráfico de mulheres e com um serviço constante, e subsidiado, de atenção médica. Se vingar, a experiência pode servir de referência para novas maneiras de lidar com uma profissão que sempre existiu e, sem dúvida, sempre existirá. 

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