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CARTILHA
O chef Roland Villard (acima), um dos professores da Cordon Bleu,
e Alain Ducasse, entre seus alunos brasileiros

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Se daqui a alguns anos alguém encontrar no cardápio de um típico botequim do Rio de Janeiro pratos com foie gras ou outras iguarias francesas, não deverá estranhar. Escolas de gastronomia com sede em Paris estão fincando o pé em solo carioca para ensinar técnicas que também poderão ser aplicadas em ingredientes nacionais. A conciliação da cozinha dos dois países já agradou ao chef Alain Ducasse, que assina um curso na cidade. A ideia também será seguida pela centenária Cordon Bleu, cuja filial terá até alunos da rede pública. “O Brasil se beneficia de uma natureza generosa e de produtos admiráveis” , afirma Ducasse. “Os chefs brasileiros têm agora que explorar a própria comida contemporânea, baseados na rica tradição do País.”

Desde já, as aulas dos mestres franceses estão atraindo um grande público. Só no fim deste semestre entram no mercado carioca 120 alunos do curso chancelado pela Alain Ducasse Formation, que pertence à Universidade Estácio de Sá. Eles estiveram com o chef francês, que inaugurou novos laboratórios e equipamentos da unidade da Barra da Tijuca. Os alunos dos próximos semestres também poderão fazer estágio nos restaurantes da rede na Europa e em Nova York, frequentados pelos fregueses mais exigentes. “O Rio precisa aprimorar seus serviços cada vez mais para atender os turistas”, afirma o diretor da área de gastronomia e turismo da Estácio, Marcus Caruthers, de olho na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016.

No fim deste mês, desembarcam no Aeroporto Tom Jobim representantes da Cordon Bleu, cuja primeira escola foi fundada em 1895. Na bagagem, devem trazer a minuta do contrato que será firmado com o governo do Estado para a abertura da primeira unidade da instituição no Brasil. O Rio vai ceder imóvel em Botafogo e, em contrapartida, estudantes carentes da rede pública devem ter direito a cerca de 20% das vagas. O chef francês Roland Villard, do Le Pré Catelan, será um dos professores. “Mesmo com a adoção da técnica francesa, não se pode deixar de valorizar a gastronomia local. É assim em todos os países onde a Cordon Bleu está presente”, diz Villard, que prevê para o início de 2012 a abertura dos cursos. Outros estrangeiros serão convidados a dar aula na Cordon Bleu do Rio, cujos cursos devem ter duração de nove meses. A escola francesa também oferece formação em hotelaria e administração de restaurantes. Ainda não foram definidos os valores. Na França, um curso completo chega a custar R$ 80 mil.  

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