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COMBINADO
Nas baladas, o energético e a bebida alcoólica são vendidos juntos

Diversão cansa. E muito. E para se manter ligados em noites de balada, cada vez mais jovens recorrem a uma combinação considerada extremamente arriscada: o coquetel de energéticos com bebidas alcoólicas. Estudo norte-americano divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, de São Paulo, e publicado na revista científica Alcoholism: Clinical and Experimental Research, aponta que misturar álcool com bebidas energéticas expõe mais o indivíduo a desenvolver dependência alcoó­lica. Uma pesquisa realizada pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas com universitários das 27 capitais brasileiras constatou que 74% já consumiram bebidas energéticas com o álcool pelo menos uma vez na vida. No Rio, a mistura ganhou até nome – birigético, junção de birita (apelido de bebida alcoólica) com energético. Para a psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do setor de dependência química da Santa Casa da Misericórdia do Rio, essa combinação mascara a embriaguez. “É como misturar álcool com cocaína”, alerta.

Desde que as bebidas energéticas desembarcaram no Brasil, em 1999, tanto o consumo quanto a quantidade de marcas não param de crescer. Os dados da Associação Brasileira de Refrigerantes e Bebidas não Alcoólicas (Abir) não deixam dúvidas. Em 2004, os brasileiros consumiram 15 milhões de litros. Em 2010, esse número saltou para 87 milhões de litros. As marcas já chegam a 130, seja em latinhas de 250 ml ou garrafas pet de dois litros. “A combinação não deixa a pessoa bêbada com facilidade, além de tornar mais palatável a bebida, que pode ter um sabor ruim”, explica o comerciante De Leon Guimarães, 27 anos, que admite só enfrentar a noitada com seu birigético. O coquetel é vendido, em boates, na forma de combo – cada garrafa de vodca ou uísque é acompanhada de seis latinhas de energético. O assunto é polêmico. “Não existe comprovação científica dos efeitos dessa combinação”, afirma a nutricionista Tatyana Dall’Agnol, mestre em ciências da saúde, que estuda os energéticos há mais de dez anos. Mas uma coisa é certa: o álcool é tão ruim que anula os efeitos benéficos dos energéticos.

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