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O americano Howard Snitzer, 54 anos, morador de Goodhue, em Minnesota, entrou para a história da medicina. Ele é o primeiro ser humano a ficar 96 minutos com o coração parado, sem um batimento sequer, fora de um hospital, e mesmo assim sobreviver. Seu caso acaba de ser publicado na Mayo Clinic Proceedings, da Clínica Mayo, respeitada instituição de pesquisa do mundo.

O drama de Snitzer começou após uma parada cardíaca, ocorrida em frente a uma loja de Goodhue. Ele poderia ter um desfecho trágico se Snitzer não tivesse sido beneficiado por alguns fatores. O primeiro foi o de ser submetido ao procedimento de ressuscitação imediatamente. Quem prestou o socorro foi uma pessoa que sabia aplicar a respiração boca a boca e a compressão no tórax para que o oxigênio continuasse a circular pelo corpo. O segundo foi o fato de ter tido o ataque em frente a um posto do Corpo de Bombeiros, para onde foi levado em seguida, recebendo ajuda de profissionais mais qualificados. E, por último, de ter sido atendido, após cerca de meia hora, por uma equipe da Mayo, enviada de helicóptero até o lugar.

Foram esses médicos que insistiram nos procedimentos até que o coração de Snitzer voltasse a bater. Eles se guiaram por um aparelho que mede a quantidade de CO2 expelido pelos pulmões. Se estiver mais alta, indica que as manobras estão sendo suficientes para garantir um suprimento satisfatório de oxigênio ao cérebro e aos demais órgãos.

Cinco dias após a parada cardíaca (causada por uma obstrução em uma das artérias do coração), Snitzer deixou a UTI do hospital – para onde foi levado assim que seu coração retomou os batimentos – e sem qualquer dano neurológico. Na opinião do médico Roger White, que coordenou, da sede da Mayo, o atendimento a Snitzer, o caso deve ser inspirador. “Leigos, assim como as pessoas que trabalham em resgate, devem ter certeza de que, se fizerem a compressão do tórax corretamente, a vida pode ser restaurada”, disse à ISTOÉ. “E se houver outros indivíduos treinados no local, deve-se alternar o responsável pelas compressões. É cansativo fazê-las e por isso as pessoas devem se revezar nesta tarefa.” 

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