img.jpg 

 

Para quem pratica musculação, uma das maiores dificuldades é saber o momento em que o exercício deixa de ser benéfico para se tornar prejudicial. Histórias de pessoas que lesionaram os músculos porque exageraram na intensidade ou repetição dos movimentos com os pesos são conhecidas. Um novo aparelho, desenvolvido na Universidade de Essex, na Inglaterra, promete ajudar os praticantes a evitar que isso ocorra. Chamado de iSense, o equipamento indica quando as fibras musculares estão começando a ficar sobrecarregadas, alertando o indivíduo de que é hora de parar.

A novidade foi criada por Mohamed Al-Mulla, ele próprio um praticante de musculação. “Faço há muito tempo e sempre me perguntei como saber os limites aos quais poderia chegar”, contou à ISTOÉ. “O iSense ajuda a saber quando o músculo chegará à fadiga, o que torna o exercício mais inteligente e seguro.”

O mecanismo de funcionamento do sistema montado por Al-Mulla é relativamente simples. Sensores são colocados sobre o músculo que está sendo trabalhado. Eles captam sinais elétricos emitidos pelas fibras musculares. De acordo com Al-Mulla, uma espécie de central do sistema faz a leitura desses sinais e informa, a partir deles, se o músculo está próximo do cansaço ou não. Neste momento, um sinal sonoro é emitido e outro sensor indica quanto tempo o usuário ainda dispõe antes de parar com o exercício.
Fazer a leitura dos sinais elétricos emitidos pelos músculos é uma prática que já existe, realizada principalmente em estudos acadêmicos de fisiologia. Na verdade, o que Al-Mulla está tentando fazer é disponibilizar esse recurso para os praticantes em geral. Segundo seus cálculos, isso deve acontecer dentro dos próximos 12 meses. “Estamos planejando disponibilizar essa tecnologia em recursos como o smartphone, para que fique ainda mais simples de usar”, diz.

Há, no entanto, quem faça ressalvas. “Embora esse tipo de medição permita ao indivíduo saber quando está se aproximando a fadiga, normalmente a pessoa já sente isso e interrompe o exercício”, diz David Pearson, professor de fisiologia do exercício da Ball State University, nos Estados Unidos. Al-Mulla discorda. “O aparelho será útil para pessoas que percebem a fadiga e mesmo assim continuam se exercitando.” 

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias