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EQUIPE
Vários especialistas do programa se unem
para examinar o paciente
 

Neste momento, um time formado por alguns dos melhores médicos do mundo está empenhado em realizar uma tarefa que nenhum outro colega, no planeta, conseguiu finalizar: fazer o diagnóstico dos mais misteriosos casos da medicina. Eles integram o Programa de Doenças Não Diagnosticadas do Instituto Nacional de Saúde (NIH), dos Estados Unidos. Sua missão, como “médicos-detetives”, é esclarecer a razão do sofrimento de pacientes que já passaram pelas etapas tradicionais de diagnóstico, mas saíram da maratona consultórios-laboratórios sem saber o que tinham. “Atendemos casos sobre os quais ninguém havia chegado a uma resposta”, disse à ISTOÉ William Gahl, diretor do programa.

Não há serviço como esse em nenhum outro lugar do mundo. No programa, estão reunidos médicos das mais diversas especialidades. Eles trabalham em conjunto e recorrem aos mais modernos métodos de exames para obter informações precisas sobre as condições de saúde dos pacientes. A tarefa, apesar dos recursos de que dispõem, não é fácil: dos primeiros 160 pacientes avaliados, por exemplo, apenas 35 tiveram algum tipo de diagnóstico desvendado.

A razão está nas dificuldades impostas pela alta complexidade dos casos. No programa, caso fácil não entra. Alguns números dão a dimensão do rigor da seleção dos escolhidos. De 2008, quando o serviço começou, até hoje, cerca de 4,6 mil pacientes pleitearam a oportunidade de ser atendidos pelo serviço. Porém, apenas 380 foram aceitos e 330 efetivamente examinados ou tiveram agendamento de consulta confirmado.

Há cerca de 15 dias, os médicos do programa anunciaram mais uma vitória obtida no desafiador cenário em que trabalham. Em um artigo divulgado na publicação científica “The New England Journal of Medicine”, os cientistas informaram a descoberta da causa genética de uma condição chamada calcificação arterial. Rara e debilitante, a doença ainda não havia sido explicada na literatura médica. Sua principal característica é a formação de calcificações em vasos sanguíneos de pés e mãos.

O trabalho que levou à identificação da origem da enfermidade é um exemplo do que busca a divisão de “médicos-detetives” americana. “Queremos ajudar os pacientes e, ao mesmo tempo, contribuir para o progresso da medicina”, afirmou Francis Collins, diretor do NIH.
O achado só foi possível porque indivíduos de duas famílias nas quais há casos foram atendidos pelo serviço. A partir da descoberta, espera-se que seja possível criar remédios contra a doença. Está aí, inclusive, um dos maiores esforços dos médicos. “Uma das dificuldades do nosso trabalho é atender pacientes desesperados e chegar a diagnósticos de doenças que não têm tratamento”, lamenta Gahl. “Por isso, desejamos que as informações ajudem na criação de soluções para esses doentes.” 

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