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UNIDADE
Temer apostou alto e conseguiu atrair nomes de
peso como o do presidente da Fiesp, Paulo Skaf
 

Mesmo sendo um partido de dimensão nacional, nos últimos 17 anos o PMDB preferiu abrir mão de lançar candidato próprio à Presidência da República. A estratégia continha altas doses de pragmatismo. Ao evitar se comprometer integralmente com um projeto pessoal de poder, o PMDB se dividia entre as alas governista e oposicionista para, ao fim e ao cabo, estar sempre associado ao governo da ocasião. Foi assim durante as administrações dos ex-presidentes Fernando Henrique e Lula, quando, invariavelmente, a legenda ocupou cargos estratégicos na máquina administrativa federal em vários Estados, ainda que em oposição ao governo central. Mas esse entendimento começa a mudar. Desde a morte de Ulysses Guimarães, o PMDB não possuia uma liderança capaz de unir o partido como tem feito o vice presidente Michael Temer. Apesar de estar bem representado no governo Dilma com seis ministros e o vice-presidente, o partido acredita que, agora, o ambiente e o momento políticos são favoráveis para que ele saia da condição de eterno coadjuvante para assumir a de protagonista, com reais chances de alcançar o Palácio do Planalto em 2014. “Eu proponho que, daqui a quatro anos, nós lancemos um candidato à Presidência. E, depois de ganharmos, vamos mostrar que não somos fisiologistas”, discursou Temer, no aniversário de 45 anos da legenda, em 26 de março. “Queremos organizar o partido já de olho na eleição presidencial de 2014”, disse o senador Valdir Raupp (RO), presidente nacional do PMDB.

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MUDANÇA
O reforço do socialista Gabriel Chalita mexe
no tabuleiro eleitoral paulista

Para chegar lá, a cúpula da legenda resolveu gastar sola de sapato e percorrer o País para organizar a tropa. O discurso é o da “busca de uma nova identidade”. Por trás, no entanto, dessa retórica palatável ao eleitorado está a estratégia de eleger o maior número de prefeitos em 2012, ampliar sua base eleitoral, para, aí sim, vir forte em 2014 em condições de apresentar um nome para alcançar a Presidência da República. “O PMDB tem um grande desafio, que é o de ampliar o número de eleitos nas próximas eleições”, afirma o ex-ministro Eliseu Padilha, presidente da Fundação Ulisses Guimarães (FUG). “Nunca a liderança nacional será tão importante para a continuidade do partido quanto agora”, entende o deputado federal Mendes Ribeiro, vice-líder do PMDB na Câmara dos Deputados.

Para triunfar nas urnas no próximo ano, sob a liderança de Temer, o PMDB organiza o Projeto Rumo aos Municípios 2012: Estradas e Bandeiras. Trata-se de uma série de eventos organizada pela FUG que já teve edições em Sergipe, no Rio Grande do Norte e em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Mas o ponto de partida para construção dessa nova mentalidade será o diretório do partido em São Paulo. Nas batalhas figadais dentro da própria sigla, a maior divisão do partido sempre se deu em São Paulo. Com a morte do ex-governador Orestes Quércia, Temer vem conquistando a hegemonia no estado. É a partir de São Paulo que o vice-presidente da República tem dado todas as mostras de que não cabe mais ao figurino peemedebista a roupagem de um mero apêndice do poder. Com o pé na estrada, Temer apostou alto e conseguiu trazer para o partido o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, e, no próximo dia 4 de junho, filiará o deputado socialista Gabriel Chalita, o segundo parlamentar federal mais votado por São Paulo. A jogada mexeu com o tabuleiro eleitoral da capital paulista. Mas Temer e o PMDB querem mais. Para o ano que vem, o partido quer lançar candidaturas próprias nas 100 principais cidades do Brasil e em todos os municípios paulistas, o que pode até comprometer planos de aliados, entre eles o próprio PT. 

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