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SELEÇÃO
A equipe editorial de SeLecT (sentada, da esq. para a dir.): Paula Alzugaray,
Giselle Beiguelman, Angelica de Moraes e Ricardo van Steen

Em computação gráfica, o comando “select” é usado para selecionar uma área de uma imagem e, depois, trabalhar sobre ela. Esse procedimento básico do mundo digital serviu de analogia para uma nova revista de arte que chega ao mercado e cujo nome é justamente SeLecT. A publicação bimensal, feita pelo grupo da Editora Três, se propõe a ser “uma ferramenta de navegação na cultura contemporânea”, segundo pontua a sua diretora de redação, a jornalista e curadora Paula Alzugaray, colunista de ISTOÉ. Ou seja: na era da overdose de informação é imprescindível dominar a busca eficiente sob o risco de se perder em um emaranhado de dados sem hierarquia. É sob o signo desse novo tempo que nasce a SeLecT, cujo número zero, lançado na semana passada, trata de um tema recortado entre as inúmeras questões da atualidade: o fim do virtual, com abolição das fronteiras entre o on e o off-line.

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A escolha de um assunto determinado, a cada número, será o diferencial da revista. “Estamos tentando criar outro formato de abordagem da cultura, que não se limita a campos específicos e nos libera da obrigatoriedade de sempre cobrir todas as áreas das manifestações artísticas”, diz Paula, que acredita ser mais interessante hoje enxergar a arte como um campo de convergência de linguagens. Coerente com esses propósitos, SeLecT não traz diferenciação de editorias, mas seções que possibilitem essa interseção de ideias. “A sua principal novidade é romper essa compartimentação. Ela consegue ver a tecnologia pelos olhos da arte e a cultura pelos olhos da tecnologia”, diz a editora-chefe, Giselle Beiguelman. A rubrica “Navegação”, por exemplo, trata de previsões, do que está por vir. “Review” é o que o nome diz: crítica. Depois dos textos de mais fôlego, chega-se aos “Selects”, listas de links elegidos por convidados, e às “Colunas Móveis”, ensaios curtos de autores que se alternam a cada número.

Ao formatar essas propostas, o projeto gráfico do diretor de arte Ricardo van Steen adotou um visual minimalista: “Busquei um look enxuto, seco, na medida em que o conteúdo fala por si e não deve entrar em competição com as imagens.” Lançada na feira SP-Arte, SeLecT teve ótima recepção da classe presente. Fernanda Feitosa, diretora da feira, acha que o seu surgimento é um sintoma da revitalização do mercado de arte. “Ela se alinha com o nosso trabalho de formação de público”, diz Fernanda. Diretora do Museu da Imagem e do Som, Daniela Bousso completa: “Pela primeira vez em muitos anos aparece uma revista de arte de verdade, de padrão internacional.”

 

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