Um levantamento feito com cinco mil brasileiros acaba de traçar o perfil do obeso mórbido, pessoa que tem Índice de Massa Corporal (peso dividido pela altura ao quadrado) superior a 40 ou entre 35 e 39, caso tenha algum mal crônico. De acordo com os dados coletados pelo Instituto Garrido – centro médico paulistano especializado em cirurgia de redução do estômago –, 85% dos doentes vivem em grandes centros urbanos. E São Paulo é o Estado que concentra o maior número de pacientes. De todos os que já foram operados para tratar o problema, 65% são da região. Outros Estados que se destacam são Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina.

O estudo mostra que a obesidade mórbida afeta mais mulheres (60% dos pacientes que passaram por uma cirurgia) e que a idade média dos operados é 36 anos. Revela também que 65% dos obesos sofrem de pelo menos uma enfermidade grave, como diabete e hipertensão. “Muitas pessoas procuram o tratamento por causa dos efeitos das outras doenças. Mas 14% dos operados não sabiam que tinham esses males e se julgavam saudáveis”, afirma Luiz Berti, cirurgião do instituto. O médico explica que a intervenção (redução do estômago ou do intestino delgado ou a combinação de ambas) deve fazer parte de um processo de reeducação alimentar e mudança de hábitos. “Entre os pacientes, 8% não atingem a taxa de sucesso, que é 30% de perda de peso total dentro de um ano. Já aqueles que têm resultados fantásticos, inclusive virando corredores, ficam em torno de 10%”, diz.