O Núcleo de Inteligência da Polícia Civil de São Paulo descobriu a tempo um plano elaborado pela organização criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC), que colocaria a cidade no mapa do terror. O PCC planejava explodir a Ponte dos Remédios, na marginal, próximo ao chamado cadeião de Pinheiros, um complexo carcerário encravado num dos bairros nobres de São Paulo. O plano contava com equipamento sofisticado e consistia em colocar dois caminhões-tanque, carregados de combustível altamente inflamável sob a ponte, detonando-os através de controle remoto. Além de implantar o terror, o ato provocaria uma situação caótica na área, com interrupção do fluxo de trânsito nos dois sentidos da marginal. A explosão seria um sinal para que os “soldados” do PCC iniciassem uma rebelião no presídio, de onde sairiam abrindo caminho a bala. A organização já contava com metralhadoras, pistolas e até granadas de mão, introduzidas na cadeia com a conivência de funcionários ligados à facção criminosa. As autoridades policiais descobriram o plano e conseguiram neutralizá-lo apreendendo as armas em poder dos presos.

Foi determinado sigilo absoluto em torno do fato. ISTOÉ teve acesso à informação e soube também que o PCC tinha elaborado um segundo plano: o de invadir o presídio da Polícia Civil, onde estão detidos investigadores e delegados. Eles seriam sequestrados e poderiam ser eventualmente utilizados como moeda de troca com o governo paulista para transferir líderes da organização criminosa que se encontram cumprindo pena em presídios de segurança máxima, como o de Taubaté, no interior do Estado.