Relembre, em vídeo, os três primeiros filmes da série :

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NO COMANDO
Johnny Depp no novo filme: cachê de US$ 35 milhões
 

Por razões inexplicáveis, o quarto episódio de franquias famosas costuma ser o momento decisivo das grandes continuações – pode ser o sinal verde para uma infinidade de títulos ou o vermelho para o definitivo adeus da marca. Exemplos não faltam de sequências bem-sucedidas que perderam o brilho nesse estágio: “Duro de Matar”, “Indiana Jones” e “Rambo”. E são exatos quatro anos de espera
que separam a vitoriosa trilogia “Piratas do ­Caribe” do momento de passar por esse teste com o novo episódio, “Navegando em Águas Misteriosas”, que chega aos cinemas na ­sexta-feira 20. Tentativas de renovação das aventuras do capitão Jack Sparrow, cuja reedição engordou a conta bancária de Johnny Depp com US$ 35 milhões de cachê, estão sendo anunciadas com grande alarde. Esse é, por exemplo, o primeiro filme da série rodado em externas com câmeras 3D – na verdade, o primeiro da história, já que “Avatar” foi feito em sua maior parte em estúdio. Prepare-se, portanto, para sequências espetaculares de navios avançando em direção à plateia, especialmente o Queen Anne’s Revenge, que tem à frente o temido comandante Barba Negra (Ian McShane), o vilão da hora, estreando na aventura mais rentável deste século: rendeu, ao todo, US$ 2,6 bilhões.

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NA CORTE
Jack Sparrow é levado ao Rei George II: pirata fora d’água

Barba Negra, que comanda uma tripulação de zumbis adornados com os ossos de suas vítimas, é versado em artes ocultas e tem os dias contados por uma profecia maligna. Precisa, portanto, encontrar a fonte da juventude guardada por sedutoras e perigosas sereias pintadas com maquiagem fluorescente – esse é o mesmo destino do aventureiro Jack Sparrow e a coincidência promete confusões. Outra novidade é que, por águas revoltas, entra no caminho de Sparrow um amor do passado, a bucaneira Angélica, vivida por Penélope Cruz em seu primeiro grande papel de ação. A mulher de Javier Bardem descobriu-se grávida nas filmagens, mas saiu-se bem no manejo de espadas, a grande habilidade da personagem. Penélope é um achado na recauchutagem da franquia e convencê-la a fazer parte da turma malcheirosa não foi difícil, segundo revelou o megaprodutor Jerry Bruckheimer: ela já havia trabalhado com o novo diretor contratado, Rob Marshall, e também com Johnny Depp e adora ambos.

A chegada de Penélope coincide com a saída do elenco de Keira Kneightly – não foi por ciúme. Ela achou que seu personagem não rendia mais. O próprio Johnny Depp também pensava assim após rodar o segundo e o terceiro episódio de “Piratas”, aos quais ele nem sequer assistiu. Em entrevista à revista americana “Entertainment Weekly”, ele lembra uma conversa que teve com o antigo diretor do filme, Gore Verbinski. “Não estou entendendo nada desta história”, afirmou. ‘Nem eu”, teria dito o cineasta. “Mas vamos rodar assim mesmo. Esse cara é o pai desse outro, e esse sujeito está apaixonado por essa garota”. Segundo Depp, os produtores tiveram que inventar uma trilogia do nada e isso explica o fracasso do último filme, apesar da boa bilheteria – rendeu US$ 958 milhões.

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MOCINHA
Penélope Cruz vive a dúbia Angélica: gravidez durante as filmagens

Esse vazio de ideias parece não atrapalhar a carreira de “Navegando em Águas Misteriosas”, que é baseado em um livro escrito por Tim Powers e, pela primeira vez, inclui personagens reais. É o caso do próprio Barba Negra, mas também de nobres espanhóis e do Rei George II – a trama se inicia em 1750, em Londres e mostra Jack Sparrow como um ­peixe fora d’água na Corte. Esse lado histórico é outro charme do filme, que registra um recorde: a maior cena de corridas de carruagem da história do cinema, se é que isso significa alguma coisa.

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