Na semana passada, o Institute of Medical Marijuana, na Holanda, entrou para a história como o primeiro produtor legalizado de maconha no mundo. A instituição é a fornecedora oficial do governo, que acaba de autorizar a venda da erva nas farmácias como produto terapêutico. O porta-voz do Ministério da Saúde do país, Bas Kuyk, afirmou a ISTOÉ que a decisão se deve ao fato de a planta já estar sendo indicada por médicos holandeses com frequência. Mesmo sem comprovações científicas a respeito das aplicações medicinais da Cannabis, o órgão resolveu organizar esse mercado. “Pesquisas sugerem que a droga tem bom efeito para pacientes com
dor crônica, enjôo, esclerose múltipla, Aids e câncer”, garantiu Kuyk.

A maconha está disponível em potes de cinco gramas e é vendida
sob prescrição médica. Os médicos vão orientar o paciente sobre
como usar a planta: chá ou inalação – a fumaça tragada é nociva à saúde. Por enquanto, há duas “versões” da erva (uma mais potente
do que a outra), mas James Burtom, diretor do Institute of Medical Marijuana, explicou que existem 134 tipos à disposição do Ministério. “Podemos produzir gêneros mais específicos para cada doença”, afirmou. Isso porque é possível alterar a quantidade de substâncias da planta,
como o CBG, que combate a náusea e estimula o apetite. É inevitável, porém, que as pessoas que usarem o remédio sintam os efeitos da
droga, caso da perda da memória momentânea. No entanto, Kuyk
ressalta que esses pacientes estarão assistidos por médicos. Tal
qual aqueles que recorrem a remédios comuns.