FILE Games Rio 2011 – Eu quero jogar/ Oi Futuro, RJ/ até 8/5

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Em 1983, quando o especialista em realidade virtual Jaron Lanier criou um jogo feito para o antigo computador Comodore 64, uma nova forma de linguagem artística surgiu. “Moondust” permitia a criação de músicas a partir de uma interface e linguagem típicas dos games.

De lá para cá, muita coisa mudou. Os computadores e consoles ganharam mais memória e velocidade de processamento. E o número de bits, que nos primeiros Ataris era de apenas oito, ganhou escalas astronômicas. Durante essa evolução, engana-se quem pensa que os videogames servem apenas para o entretenimento. Hoje existem muitos criadores e artistas que trabalham as possibilidades criativas proporcionadas pela cultura dos jogos. Vide o projeto desenvolvido pelo Núcleo Avançado em Educacão (Nave) do Oi Futuro, que utiliza o game como ferramenta interdisciplinar de aprendizagem em escolas públicas do Rio.

A exposição “FILE Games”, também no Oi Futuro, é uma boa oportunidade para conhecer essa produção mais recente da Game Art. A mostra apresenta obras que exploram as possibilidades lúdicas de interatividade e jogabilidade e outras que investigam os fatores cinemáticos e narrativos dos jogos eletrônicos. Exemplo da conjunção entre o cinema e a estética dos games são as Maquinemas. O termo é originado da junção das palavras “máquina” e “cinema”. O FILE Games tem uma sessão dedicada a esse tipo de animação. Um dos destaques é a animação “Abstract Livecoded Machinima (Missile Command)”, do finlandês Dave Griffit. O Maquinema narra a história de um jogo de computador em perfeito estado que é progressivamente destruído. Já no curta-metragem “Onemoreproduction” (foto), da dupla francesa Benjamin Darras & Johnny Alves, os games saem da tela da tevê e transformam a realidade em um mundo colorido e todo feito de pixels. Ícones dos videogames como as naves espaciais do jogo Space Invaders ou o gorila de Donkey Kong invadem o mundo real. Além de já fazerem parte da cultura pop, esses símbolos aparecem como uma espécie de manifesto em prol da cultura de games e sua importância. Afinal, os videogames também são arte.

Nina Gazire