PTS, o filho rebelde
Os petistas Walter Pinheiro (BA), Babá (PA), Luciana Genro (RS) e João Fontes (SE) já escolheram até o nome do novo partido que será criado para abrigá-los: Partido dos Trabalhadores Socialistas. Eles apostam que o PTS deve nascer robusto, com os 11 deputados do PT que se rebelaram contra a votação da reforma da Previdência. Acham que até o ano que vem poderão chegar a 20 deputados e dois ou três senadores. Além da adesão certa da alagoana Heloísa Helena, a ser degolada quando o projeto entrar na pauta do Senado, contam que Serys Slhessarenko (MT) e Paulo Paim (RS) também entrarão em rota de colisão com o PT. E prometem pescar colegas nas águas do PSB (Luiza Erundina-SP), do PV (Edson Duarte-BA) e do PCdoB (Jandira Feghali-RJ). Podem formar, portanto, uma legenda maior do que partidos como PPS, PDT, PSB ou PCdoB. O novo PTS se anuncia socialista, anticapitalista, contra as privatizações e inimigo da Alca. Defensor intransigente dos servidores públicos e do Movimento dos Sem Terra (MST). Lembra muito o PT de antigamente.

O apetite do PMDB

O presidente Lula marcou para esta segunda-feira 31 a reunião
com a cúpula do PMDB na qual será discutida a reforma ministerial. Os peemedebistas querem três ministérios, mas aceitam dois. Prometeram
às bancadas da Câmara e do Senado que imporão ao presidente uma condição: pelo menos uma das pastas tem que ser de primeira
grandeza, tipo Saúde ou Educação.

A disposição de Lula 1

Do presidente do PT, José Genoino, sobre o fato de o PMDB andar querendo antecipar a reforma ministerial. “Não adianta que quem manda nessa história é o presidente Lula. E ele só admite mudar o Ministério no final do ano. Depois que as reformas tributária e da Previdência estiverem completamente aprovadas, na Câmara e no Senado.

A disposição de Lula 2

O presidente informou aos amigos que, na reforma ministerial, pretende enxugar o número de pastas. Acabará com 11 ministérios. E premiará os ministros que se saíram melhor nessa primeira fase. Dentre estes, cita o da Previdência, Ricardo Berzoini, que deverá ser premiado e assumir um posto forte na área social. Tipo Saúde ou Educação.

Quem manda?

O deputado Geddel Vieira Lima, que já foi o todo-poderoso líder do PMDB na Câmara durante o governo FHC, aposta dez contra um que caberá ao presidente do Senado, José Sarney (AP), a escolha dos nomes dos novos ministros pelo partido: “No governo FHC, havia pelo menos meia dúzia de pessoas no PMDB que falavam diretamente com o presidente. Hoje, só há uma pessoa no partido que fala com Lula, o Sarney. Os outros se remetem ao ministro José Dirceu.”

Rápidas

• A Procuradoria da Fazenda terá que informar à Comissão de Fiscalização do Senado por que o governo gasta R$ 250 milhões
ao ano repassando a cobrança do INSS para bancos privados.

• Outra da Comissão de Fiscalização do Senado: por que a encomenda para a construção de duas plataformas da Petrobras foi feita por carta-convite? Coisa da ordem de R$ 1 bilhão.

• Marcos Coimbra, Vox Populi, anda mesmo forte no PT. Como ele não entra em avião, Minas Gerais virou sede do Seminário de Marketing político do partido para as próximas eleições.

• O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, quer que a reforma
política seja votada na comissão especial em meados de outubro.
Mas as mudanças só devem valer para as eleições de 2006.

• Relator do PPA no Senado, Saturnino Braga (PT-RJ) anda preocupadíssimo com outro assunto. É que ele está iniciando uma
nova carreira. Acaba de lançar seu primeiro romance: O quarteto.