“Bicha, bicha, bicha.” O coro da torcida do time de vôlei Sada Cruzeiro, em Contagem (MG), na semifinal da Superliga, pôde ser ouvido a ponto de ser transmitido pelas redes de televisão do País. O alvo era o jogador Michael do time adversário, o Vôlei Futuro de Araçatuba (SP). E, embora os visitantes tenham perdido o primeiro jogo, a questão ficou em segundo plano. Sim, Michael é gay. Em uma atitude rara em esportes coletivos no País, o esportista assumiu sua orientação sexual para defender-se e conta com apoio: a direção da equipe não ignorou o ocorrido durante a partida na semana passada e entregou um relatório sobre o caso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Quer providências e, independentemente do finalista que ainda será decidido, o Vôlei Futuro só não cederá ao preconceito.