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SUSPENSE
“O Caso Laura” é centrado em um detetive e promete muita estranheza

Antes da nova onda de vampiros tomarem as livrarias e as telas do mundo inteiro, um escritor paulista já fazia sucesso com esses personagens que remontam à literatura do século XIX. No entanto, se esses seres noturnos ajudaram André Vianco, 36 anos, a vender mais de meio milhão de livros, também o colocaram em situações um tanto bizarras. Um adolescente que queria fugir de casa, por exemplo, lhe perguntou como poderia sobreviver à base de sangue. “Ele tinha medo de passar fome”, diz o autor. É esse o lado extravagante de ficar conhecido como o “vampiro brasileiro”: alguns leitores confundem criador e criatura. Casado e pai de três filhas, Vianco publicou 15 títulos desde 2000, quando bancou a primeira edição de “Os Sete”, seu maior sucesso. Ao ser demitido de uma empresa de cartões de crédito, o então operador de telemarketing usou os R$ 8 mil da indenização para pagar a impressão dos inéditos mil exemplares. Algumas livrarias concordaram em expor a obra e o boca a boca se encarregou do resto. Um ano depois, Vianco assinou com a editora Novo Século. Agora lança “O Caso Laura”, seu trabalho de estreia pela Rocco – a nova obra não traz morcegos sanguinários, mas vem com muito terror.

Na verdade, trata-se de um “policial dark”, como define o próprio autor, que segue um detetive contratado para ­investigar os encontros entre uma mulher e um homem num banco de praça. “Apesar de as páginas não serem habitadas por vampiros, foram escritas por mim, o que é garantia de que tem coisa estranha vindo por aí”, disse, confirmando que o clima sobrenatural permanece.

Apesar da incursão no novo gênero, Vianco não vai abandonar os vampiros: os mitológicos mortos-vivos continuarão a existir nas obras da outra editora. “As vendas de meus livros duplicaram e muito mais leitores passaram a conhecer minha obra”, diz o escritor. Morador de Osasco, região metropolitana de São Paulo, ele não revela detalhes, mas prepara a adaptação de um de seus títulos para a Rede Globo. O cinema também está na mira — até porque seu trabalho foi muito marcado por filmes como “A Hora do Pesadelo” e “A Bolha Assassina”.“Leio de tudo, assisto tudo, até os games me influenciam”, diz ele, que costuma trabalhar sem descanso. Mas só durante o dia. À noite, ao contrário dos seus personagens, ele dorme. E vive o sonho dos vencedores.

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