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DESEJO
Valerie (Amanda Seyfried) dá vida a uma Chapeuzinho Vermelho dividida pela paixão

Sabe aquela menina dos contos de fadas chamada Chapeuzinho Vermelho? Na verdade, seu nome era Valerie. Ela devia ter uns 16 anos e vivia com seus pais e a irmã Lucie em uma aldeia vizinha a uma floresta. Em noites de lua cheia, um lobo faminto aparecia por lá. Para que a fera não matasse ninguém do povoado, antes do anoitecer, o melhor animal do vilarejo era amarrado e ficava à disposição do bicho. Por 20 anos, tudo correu bem. Até que um dia, Lucie apareceu morta. Já deu para perceber: esta não é a história de “Chapeuzinho Vermelho”, a clássica fábula criada pelo escritor francês Charles Perrault. Com estreia marcada para a sexta-feira 22, o filme “A Garota da Capa Vermelha” equilibra pequenas doses de violência, terror e erotismo ao thriller fantástico tão em voga. A produção é apenas um título entre a série livremente inspirada em histórias infantis da nova safra hollywoodiana. Do mesmo filão, já se encontra finalizado “A Fera”, adaptado de “A Bela e a Fera”, e em preparação “Hansel and Gretel: Witch Hunters” (ainda sem título em português), baseado em “João e Maria”, e três títulos adaptados de “Branca de Neve” – um deles traz Kristen Stewart, a Bella da saga “Crepúsculo”, como a amiga dos sete anões.

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MATURIDADE
Na adaptação de “João e Maria” (acima), orçada em US$ 60 milhões, Jeremy Renner (à esq.)
e Gemma Arteton encarnam os personagens já adultos. Eles tornaram-se caçadores de bruxas

Ao contrário do que possa parecer, esses filmes não visam o público infantil. O alvo do novo segmento são os jovens de até 25 anos – e, principalmente, mulheres. “Hollywood está descobrindo a plateia jovem feminina”, diz Fernando Toste, editor-assistente do site Filme B, que analisa o mercado cinematográfico. Os exibidores também detectaram o fenômeno.“Esse público é cada vez mais representativo em promoções e participações em nossas redes sociais”, diz Patrícia Cotta, gerente de marketing do grupo Kinoplex/Severiano Ribeiro. Isso só confirma uma pesquisa, feita no País em 2008, que mostra uma concentração de metade do público de cinema na faixa etária entre 12 e 25 anos, com as mulheres perfazendo 48% do total de espectadores. Considerado, contudo, o chamado público potencial (que vai em média ao multiplex menos de uma vez por ano, mas tem interesse em ir mais), as mulheres perfazem 70%. Conclusão: são as garotas que já se despediram da infância, mas ainda estão na casa dos 25 anos as espectadoras privilegiadas desse novo tipo de produção.

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MALDIÇÃO
“A Fera”, com Vanessa Hudgens e Alex Pettyfer (à dir.),
é baseado em “A Bela e a Fera” e se passa numa escola

O novo perfil se encaixa, claro, às heroínas das histórias, como a Valerie de “A Garota da Capa Vermelha”. “Ela não é mais uma garotinha. É uma jovem mulher”, diz David Johnson, roteirista do filme. Com esse detalhe em mente, ele incluiu na história um conflito amoroso típico da juventude: Valerie é apaixonada por um lenhador, mas a mãe da garota quer vê-la casada com um rapaz de posses. A escalação dos atores também parece se guiar pelos mesmos critérios. A protagonista, por exemplo, é vivida por Amanda Seyfried, atriz identificada com papéis de mocinhas (como em “Mamma Mia!”). A cereja do bolo é a escolha de Catherine Hardwicke, de “Crepúsculo”, para a direção. Sob seu comando, a fábula se tornou uma mistura de romance e thriller fantástico reservando a “Chapeuzinho” o seguinte dilema: deve ela se entregar ao lobo sedutor para proteger sua aldeia? Catherine explica: “É disso que tratam os contos de fadas. Você deve se confrontar com seu lado negro e seus impulsos. Admitir que eles existem e trabalhar para dominá-los. E terminar vivendo feliz para sempre.”

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PRINCESA
A história de “Branca de Neve e os Sete Anões” (à dir.) dará origem a
três filmes. O mais aguardado trará Kristen Stewart como protagonista

Na mesma linha, “A Fera” reúne estrelas da novíssima geração de Hollywood em um romance teen com tintas sobrenaturais. Alex Pettyfer interpreta um jovem bonito e fútil que é amaldiçoado por uma bruxa e transformado em um ser de aparência horrenda. Só conseguirá acabar com a maldição se uma mulher o amar – no caso, a bela garota vivida por Vanessa Hudgens, estrela de “High School Musical”. Curiosamente, a história se passa nos dias de hoje e os personagens são alunos de uma mesma escola. Mudanças do gênero serão usadas também nas três adaptações de “Branca de Neve”. Produtor de “The Brothers Grimm: Snow White” (que terá Julia Roberts como a Rainha Má), Brett Ratner já avisou que “essa não é a Branca de Neve que seus avós conhecem”.

Os anões, por exemplo, não serão mineiros, mas ladrões. Já “Snow White and the Huntsman”, com Kristen Stewart, deve privilegiar
o ponto de vista do caçador. O terceiro filme, que vem com a grife da Disney, terá uma história quase surreal: uma garota britânica, criada em Hong Kong no século XIX, passa a ser treinada por sete guerreiros para enfrentar uma força maligna. Bem distante da história original dos irmãos Grimm, deve ser também “Hansel and Gretel: Witch Hunters”, que trará João e Maria 15 anos depois dos acontecimentos descritos no conto. Eles agora não se perdem na floresta: são implacáveis caçadores de bruxas.

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