O problema foi a letra V. Valdemar Lopes é lavrador e sofria de dor de ouvido. Aldemar Rodrigues é pedreiro e queria se submeter a uma vasectomia. Como já pode se ver, o V era mais problema para quem não estava ouvindo direito de tanta dor do que para quem não desejava mais ter filhos.

Valdemar e Aldemar nunca se viram na vida, mas ambos foram bater na Policlínica Carlos Espírito Santo, na cidade mineira de Montes Claros. Ambos estão aguardando as suas consultas. A enfermeira entra na sala de espera e chama (repare o problema do V):
– Aldemar! Sala de cirurgia!

O lavrador com o ouvido doendo e a audição prejudicada entendeu que era o seu nome Valdemar que a enfermeira chamara. E foi para a sala de operação. “Estranhei que o médico me mandou deitar e começou a mexer lá na região de baixo, mas fiquei quietinho porque pensei que a dor de ouvido fosse caxumba e que a caxumba tivesse descido para os meus órgãos sexuais”, disse Valdemar. Só que não havia caxumba nenhuma: por engano, ele, Valdemar, foi vasectomizado no lugar de Aldemar.

E saiu com a dor de ouvido com a qual chegara ao hospital. Já Aldemar, cansado de esperar, foi reclamar com a enfermeira:
– E a minha vasectomia? Já passou a hora marcada da cirurgia.

Ouviu uma seca resposta:
– O sr. acabou de ser vasectomizado. Não percebeu?