Morreu o escritor gaúcho Moacyr Scliar, um dos poucos intelectuais brasileiros donos de uma cultura universal. Ele faleceu em Porto Alegre no domingo 27 em decorrência de um acidente vascular cerebral isquêmico. Tinha 73 anos. Vamos então à sua universalidade. Como escritor, passeava do romance à crônica, do ensaio ao conto e à literatura infantil, sempre como um mestre da construção de textos – basta conferir em obras-primas como “O Centauro no Jardim”, “O Ciclo das Águas”, “O Exército de Um Homem Só”. Foi detentor de cadeira na ABL, consagrou-se com três prêmios Jabuti, honrou nossas letras ao ganhar o Prêmio Casa de Las Américas e foi traduzido em 20 países. Mas houve também o Scliar apaixonado pela medicina, atividade na qual se destacou como coordenador da equipe de Educação em Saúde da Secretaria da Saúde gaúcha. Pós-graduou-se em Israel e se doutorou pela Escola Nacional de Saúde Pública. Sua tese: “Da Bíblia à Psicanálise: Saúde, Doença e Medicina na Cultura Judaica”.