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Um ano depois de se aposentar do posto de Rainha de Bateria, em 2009, Luma de Oliveira decidiu fugir do Carnaval em uma ilha na Bahia. O isolamento geográfico não adiantou. Ela passou as duas madrugadas de desfile das escolas cariocas acordada acompanhando o que acontecia na Marquês de Sapucaí. “Fiquei a noite inteira assistindo tudo pela televisão, torcendo”, conta. Este ano, ela volta para a sua “segunda casa” onde passa 30 de seus 46 Carnavais, e de lá, pela primeira vez, é espectadora. Apesar de não sambar na Avenida, Luma traz consigo o título de musa, agora do camarote Brahma.

Cogita desfilar novamente?
Se não tiver uma recaída, hoje digo que meu último Carnaval foi em 2009 à frente da bateria da Portela.

Sente falta da Avenida?
Morro de saudades! Mas de uns tempos para cá a rainha de bateria talvez seja a pessoa mais solicitada da escola. Participa de ensaios e atividades sociais. Eu treinava duas vezes por dia três meses antes do Carnaval, e me dedicava à fantasia. É muita coisa. Desfilei como rainha desde 1987, mas tenho filhos, casa para cuidar, não tenho mais este tempo.

Passaria o Carnaval fora do Rio?
Acho lindo o de Salvador, Olinda, mas me adapto ao da avenida. Meu DNA foi projetado para aquele lugar. Desde a primeira vez que pisei ali, e isso foi aos 16 anos em uma ala da Portela, me senti em casa. Morava em Niterói e pegava dois ônibus para ensaiar. Mas o mundo dá voltas e acabei à frente da bateria.

Está preparada para envelhecer?
Já envelheci. Não tenho culpa de ter nascido em 1964. Casei, tive filhos cedo, um (Thor) tem 19 anos e outro (Olin) 15. Tenho um barco que adoro, um namorado bem bacana há uma ano e meio. Não tem essa de parar para pensar no tempo.

Hoje desfilaria com o nome do seu namorado, o engenheiro João Henrique, em uma coleira, como fez com o seu ex-marido,
o empresário Eike Batista?

Não, eu estaria me repetindo. Isso foi em outra época, estava casada, ele é o pai dos meus filhos. O que ninguém prestou atenção é que eu estava fantasiada de gata preta, que é um animal domesticado. Aquilo tinha a ver com a fantasia. Não coloquei uma roupa de odalisca com a coleira.