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MOCINHO
Rango tem a voz é de Johnny Depp

Um sujeito solitário chega a uma pequena cidade do oeste americano e, quase sem querer, a defende daqueles que atrapalham o cotidiano pacato de seus habitantes. Esse poderia ser mais um enredo igual a tantos outros característicos dos bangue-bangues do passado, exceto por um detalhe: o personagem principal é um desajustado camaleão que se chama Rango e o filme que ele estrela, de mesmo nome, é uma animação digital.

Aspirante a ator, Rango tem sua vida transformada quando a caixa de vidro onde é mantido preso se espatifa na estrada e ele se vê perdido no deserto mexicano. “Rango” (uma referência a Django, herói dos western spaghetti italianos) estreia no Brasil na quarta-feira 9 e marca a entrada no segmento das animações do cineasta Gore Verbinski (o mesmo de “Piratas do Caribe”), que convidou para dublar o bichinho um outro camaleão das telas – o versátil Johnny Depp.

Na contracorrente dos desenhos animados atuais, Verbinski não fez o filme em 3D. Preferiu caprichar nas feições e movimentos de personagens típicos dos saloons e prisões do velho oeste, que incluem ratos, tatus e corujas que falam cobras e lagartos. Todos eles foram desenhados não a partir das feições dos atores, mas de sua interpretação. Para isso, usou-se o processo conhecido como “emotion capture”, em que o elenco atua antes das cenas serem digitalizadas. O método exige mais dos atores, mas o ganho em realismo compensa. Rango, por exemplo, conquista de cara o espectador ao chegar de camisa havaiana na cidade de Dirt, cujo prefeito ganancioso (uma tartaruga) controla o consumo de água. Entre as poucas chances de sobrevivência, o camaleão-ator opta por encarnar o papel de sua vida: se passa por um xerife que entre uma aventura e outra também experimenta crises de identidade.

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