chamada_gil.jpg

 

A duas semanas do Carnaval, Flora Gil quase não dorme. Após o expediente no escritório, o trabalho continua em casa, onde amanhece ocupada com os preparativos do camarote Expresso 2222. Na semana da folia, a rotina melhora. Ela trabalha de 12 a 14 horas por dia, mas deixa de ficar madrugadas consecutivas acordada. O marido, Gilberto Gil, só a acompanha na maratona se convocado. “Ele já deixou de dormir quando era ministro”, como conta em entrevista à coluna.

Em casa, a última palavra é sua? 
Quando o assunto é particular de Gil, como a música, as palavras são dele! Quando o assunto é meu, sim.

Gilberto Gil a acompanha na maratona do Carnaval?
Nessa não. Ele já deixou de dormir quando era ministro.

A política mudou seu marido?
Acho que não. Talvez tenha mudado e não percebi. Hoje ele conhece um pouco a máquina do governo. Quando assiste aos noticiários e o assunto é política, faz considerações que só quem esteve na coxia sabe.

Há aspirações políticas de Gil no governo Dilma?
Só se for um cargo musical! Gil gosta muito de Dilma, mas não percebo vontade nenhuma de voltar a Brasília.

Como era sua relação com Dilma quando Gil foi ministro e o que acha dela como presidente?
A conheci no primeiro mandato de Lula. Gostei dela logo que conversamos. No ano passado, antes do Carnaval, Dilma esteve aqui em casa na Bahia com o governador Jaques Wagner e almoçamos juntas. Votei nela para presidente e acho que fiz uma excelente escolha. Está se mostrando generosa, tranquila e firme nas decisões. Dilma é da turma de mulheres que arregaça as mangas e faz.

Por que o Expresso 2222 foi pioneiro em ações sustentáveis no Carnaval baiano?
Foi ele o primeiro camarote a mapear toda a cadeia produtiva, da obra à desmontagem, com o objetivo de reduzir o impacto ambiental. O foco também está em gerar renda, valorizar a cultura e fornecedores locais e criar conscientização nos patrocinadores e convidados em relação ao papel de cada um neste processo.

O público que freqüenta o Expresso tem consciência destas ações?
Acredito que sim. Muitos convidados sabem que boa parte dos materiais usados não vai direto para o lixo comum. É reciclada, vira adubo.