Onde está você geração 80? (Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, em cartaz na segunda-feira 12) – O Parque Lage marcou um tento com a exposição Geração 80, reflexo de uma rapaziada que brigava pelas Diretas-já e vivia a explosão do rock nativo. Artistas como Daniel Senise, Beatriz Milhazes e Leonilson despontaram com o firme intuito de emocionar. Conseguiram. Nesta nova versão, 48 artistas, participantes da mostra histórica ou que tiveram suas obras associadas àquelas questões estéticas, reuniram 130 obras. Com a maioria delas, o público pode acompanhar a evolução dos trabalhos comparando a produção da época com a atual. Vale destacar a grande tela Botafogo, na qual Luiz Zerbini profetiza o sombrio futuro carioca: dois corpos na areia da praia e uma mulher de maiô vermelho sob a mira de uma arma com o Pão de Açúcar semi-encoberto. (Celina Côrtes)

Yellow submarine – The Beatles (Melhoramentos, 40 págs., R$ 39), adaptação de Charlie Gardner – Em 1968, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr pertenciam à banda mais famosa do mundo, porém mal se falavam e também estavam pouco ligando para o sucesso. Tanto é que até o último momento ignoraram o desenho animado encomendado pelo empresário Brian Epstein. Só mudaram de idéia ao se deparar com a sofisticação dos desenhos de Heinz Edelmann – que influenciariam gerações de artistas gráficos – e com a qualidade do roteiro escrito coletivamente por nomes como Eric Segal. Repleto de toques psicodélicos, a história conta as aventuras do grupo, que, a bordo de um submarino amarelo, salva a mítica Pepperland da caretice. A versão literária brasileira de Fernando Nuno funciona em sintonia com as legendas do DVD para evitar discrepância neste lançamento mundial, já que o Brasil é o primeiro dos sete países escolhidos para publicar o livro ilustrado com os desenhos originais. (Luiz Chagas)

Os dez mandamentos (Paramount) – Quem hoje vê um alquebrado Charlton Heston dizer barbaridades em favor do armamento não consegue imaginá-lo todo galã, no auge da juventude e do desempenho artístico, incorporando o personagem bíblico Moisés no épico de Cecil B. DeMille Os dez mandamentos, de 1956. Lançada em dois discos, a edição especial para colecionador mostra o cinema da grandiosidade, feito num tempo em que tudo na tela era majestosamente verdadeiro e os efeitos não passavam de truques de mágico. O filme descreve de forma apoteótica a saga de Moisés para libertar o povo judeu do cativeiro no Egito e conduzi-lo à terra prometida. Tudo na fita de 231 minutos é espetacular e há vários momentos de boa atuação, como o embate de titãs entre Heston e Yul Brynner, que faz o faraó déspota. Entre as melhores curiosidades dos extras fica uma contada por Heston: o Moisés bebê é o seu próprio filho, que nasceu no início das filmagens. (Apoenan Rodrigues)

Cromossomos mentirosos, com Rafa Mello (Teatro Folha, São Paulo, na segunda-feira 19) – Dono de uma desenvoltura surpreendente para quem pisa no palco pela primeira vez, o humorista paulistano Rafa Mello, 22 anos, mostra no seu espetáculo uma série de esquetes sobre a predominância da mentira na vida das pessoas. Seguindo a linha do humor de Jerry Seinfeld, Chico Anysio e Tom Cavalcante, na qual o comediante se submete a um corpo-a-corpo com a platéia, Mello conta casos e faz imitações divertidas – a de Júnior, irmão da Sandy, é perfeita. Bom no improviso, o garoto também se mostra seguro quando abandona o texto e enfrenta o público. Na estréia, por exemplo, descobriu uma senhora dormindo e dividiu o restante do show com a pobre mulher. (Luiz Chagas)


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