Com um ar pesaroso, o responsável pelo Controle Alfa anuncia na televisão que “os tripulantes da nave Júpiter 2 estão irremediavelmente… perdidos no espaço”! Para incontáveis admiradores em todo o mundo, a frase dita no hoje longínquo ano de 1964, mas retratando o então remoto 1997, funciona como senha de ingresso num mundo mágico. Um mundo composto de máquinas cheias de luzinhas e efeitos especiais primários, que agora pode ser revisto nos 29 episódios da primeira temporada de Perdidos no espaço, condensados numa caixa com oito DVDs (R$ 199), que chega às lojas na quarta-feira 21. A caixa traz como brinde o piloto da série, Nenhum lugar para se esconder, ainda sem o robô e o impagável Dr. Smith (Jonathan Harris), um
dos mais populares vilões televisivos de todos os tempos. Perdidos no espaço
teve três temporadas até 1968 – coloridas a partir da segunda –, somando um total de 83 episódios.

Criada e financiada pelo produtor Irwin Allen e pelo comediante Groucho Marx, oculto sob o pseudônimo de Van Bernard, a série foi inspirada no livro Swiss family Robinson, sobre uma família abandonada em uma ilha, como o personagem da literatura Robinson Crusoe. A família imaginada por Allen é composta pelo casal de cientistas John (Guy Williams) e Maureen (June Lockhart) e seus filhos, Judy (Marta Kristen), Penny (Angela Cartwright) e Will (Billy Mummy). Guiados pelo major Don West (Mark Goddard), os Robinson teriam de cruzar o espaço para colonizar Alpha Centaury. No episódio-piloto, a nave, então chamada Gemini 2, desviou da rota ao colidir com asteróides. Na série, a Júpiter 2 é sabotada pelo cientista vilão. Harris teve a bênção de Allen e Marx para fazer o que quisesse com seu Dr. Smith, provocando ciúmes em Williams, que, depois de viver Zorro na televisão, se viu reduzido a mero coadjuvante.

Segundo Elias de Lucena, integrante do mais antigo fã-clube de Perdidos no espaço no Brasil, a segunda temporada da série enveredou para a comédia para competir com Batman e suas tiradas de arte pop. Em sua terceira temporada, voltou para a aventura. Graças aos fãs brasileiros, a caixa inclui episódios dublados com as vozes originais, caso do comediante Borges de Barros, cujo desempenho ganhou elogios do próprio Jonathan Harris. Foi a atuação destes dubladores, alguns deles ainda na ativa, que impulsionou o sucesso da série no Brasil. Barros, por exemplo, afirma ter perdido a conta das vezes em que repetiu a frase “maldita lata de sardinha!”, que é como Smith se referia ao pobre robô.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias