A tradição brasileira de não preservar a sua memória levou um duro golpe do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). O Conselho abriu processo de tombamento do cinema Belas Artes, marco cultural da cidade e referência nacional de um período no qual ele era um dos centros de irradiação da resistência democrática de intelectuais e estudantes ao regime militar – as discussões sobre os fi lmes que nele se assistiam (malvistos pela ditadura) começavam na porta do cinema, atravessavam a avenida da Consolação (onde está localizado) e se instalavam em diversos bares e restaurantes da região. O Belas Artes resistiu à época da censura. Resiste agora, por iniciativa do Conpresp, ao seu desaparecimento – o dono do edifício, Flávio Maluf, rescindiu o contrato de aluguel com o cinema e tinha planos de instalar lojas naquele espaço.


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