07/01/2011 - 21:00
Aécio Neves
Senador da República
Aécio Neves está disposto a levar oxigênio ao Congresso em 2011. Nem esperou a posse para traçar estratégias e atuar no sentido de firmar-se como um dos expoentes da oposição ao governo Dilma Rousseff. “Será uma oposição forte, mas pensando sempre no Brasil”, vem repetindo ele. Senador eleito com 7,6 milhões de votos, somou ao próprio desempenho nas urnas as vitórias de Itamar Franco, também para o Senado, e de Antonio Anastasia, para o governo de Minas Gerais. Aécio deve consolidar sua posição de liderança, a começar pela proposta de “refundação” do PSDB, que o coloca em campo oposto ao do ex-governador paulista José Serra. Para ele, 2011 é etapa vital rumo às eleições presidenciais de 2014.
Larry Page e Sergey Brin
Criadores do Google
Não basta coragem para entrar numa corrida tecnológica contra a Apple de Steve Jobs. Criadores do Google, Sergey Brin e Larry Page resolveram encarar o desafio e, diferentemente da maioria dos demais concorrentes, têm boas chances de triunfar. Depois de dominar o setor de pesquisas feitas em PCs e notebooks, eles apostam, em 2011, que é preciso se aventurar nos dispositivos móveis, pois, em sua avaliação, aí está o futuro da computação. O problema são os iPhones, iPads e iPods, sucessos lançados por Jobs que rodam na plataforma iOS, a arma que o Google tenta neutralizar. Para tanto, conta com o Android, produto que sonha ser para a telefonia móvel o que o Windows é para os PCs. É a estratégia para que a empresa domine a busca também nos celulares. Fechados os números das vendas de fim de ano, a Apple comemora o fato de, entre novembro e dezembro de 2010, a comercialização de aparelhos que rodam com iOS ter crescido 24,3%. Aí o problema muda de mão: o crescimento na venda de dispositivos móveis com Android foi de 29%. Brin e Page vão rir por último em 2011?
Tiago Leifert
Jornalista
O jornalista carioca Tiago Leifert foi alçado ao posto de celebridade da tevê no ano passado. O seu trabalho como editor-chefe do “Globo Esporte” elevou a audiência do programa de dez para uma média de 12 a 14 pontos. O estilo extrovertido e Jornalista improvisado do apresentador conquistou os telespectadores e ganhou ainda mais projeção na cobertura da Copa do Mundo. Na época ele fez uma aposta com uma torcedora argentina e quem perdesse o campeonato teria de dançar o “Rebolation”, hit do grupo baiano Parangolé. Ambos dançaram ao vivo. Em 2011 ele deverá continuar como jurado do quadro “Dança dos Famosos”, do “Domingão do Faustão”, e seguirá comandando o “Globo Esporte” que deverá passar por reformulações.
Paul Krugman
Analista político e econômico
No primeiro post do seu blog em 2011, no jornal “The New York Times”, o analista político e econômico Paul Krugman escreveu que o desemprego nos EUA não será resolvido até o final de 2012. Como sempre, esse professor de economia da Universidade Princeton e da London School of Economics, Nobel de Economia, fez barulho – e continuará fazendo ao longo de 2011. A análise de Krugman não tem motivações políticas: ele foi o mais virulento crítico da administração de George W. Bush, antecessor de Barack Obama.
Viviane Senna
Empreendedora
Viviane Senna comemorou em 2010 a entrada do filho Bruno na F-1, ano em que seu irmão Ayrton Senna completaria 50 anos. Durante as comemorações, fez comparações entre os dois: “Até na forma como ele dá entrevista é parecido com o Ayrton.” Viviane acompanhou, em novembro, o lançamento do filme “Senna”, que conta a trajetória do piloto. Mas o que faz de Viviane uma mulher influente não é o legado do irmão, e sim o que ela fez dele. O Instituto Ayrton Senna, dirigido por Viviane, já atendeu mais de 11 milhões de crianças e 540 mil educadores desde 1994, quando foi criado. Com orçamento de R$ 20 milhões provenientes dos direitos sobre a marca do piloto, tem como meta expandir sua atuação para 1,6 mil municípios em 2011.
Fabio Thiers
Fundador do ViS Research Institute e pesquisador do MIT
Pesquisador de tendências na indústria biomédica mundial, o brasileiro Fabio Thiers foi responsável em 2010 por um estudo inédito que mapeou os aspectos clínicos desse setor da farmacologia. Ele é coordenador da área biomédica no Massachusetts Institute of Technology e no National Bureau of Economic Research. Em 2011, o ViS Research Institute, dirigido por ele, lançará uma plataforma online aprimorando o acesso de pacientes às inovações médicas.
Jaques Wagner
Governador da Bahia
Jaques Wagner tomou posse no governo da Bahia em 2011 ostentando em sua reeleição nada menos que 63,83% dos votos. Apoiado por Lula, teve de enfrentar a rebeldia do PMDB, que rompeu sua aliança com o PT e lançou candidato próprio. Jaques Wagner foi também em 2010 um forte cabo eleitoral de Dilma Rousseff, ajudando-a em seu Estado na corrida presidencial. Nos dias atuais, a sua liderança, somada à do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, forma a principal base política do Nordeste.
Lygia da Veiga Pereira
Geneticista
Os olhos azuis da geneticista Lygia da Veiga Pereira brilham mais quando ela fala do centro de pesquisas que irá inaugurar em 2011 na Universidade de São Paulo. Trata-se do mais moderno laboratório do País para o estudo das células-tronco embrionárias, capazes de se transformar em qualquer tipo de tecido do corpo humano. “Com o novo laboratório, iremos acelerar os estudos e dar suporte a grupos que as usam no tratamento de doenças”, diz a cientista. Recentemente, ela anunciou o desenvolvimento das duas primeiras linhagens brasileiras de células-tronco embrionárias, fato que inscreveu o País no grupo de nações que detém essa tecnologia. Autora dos livros “Clonagem, da Ovelha Dolly às Células-Tronco” e “Sequenciaram o Genoma Humano, e Agora?”, ela traduz a leigos o que se passa nas bancadas da ciência.
John Craig Venter
Médico e geneticista
Em maio de 2010 o geneticista americano John Craig Venter anunciou o sucesso de um experimento que busca recriar sinteticamente o genoma de uma bactéria. O pesquisador criou a primeira forma de vida artificial. O feito causou euforia na comunidade científica, mas Venter gerou uma polêmica que atravessará 2011.
Ele tem fama de gênio do mal por conta de seu ego gigantesco, altas doses de competitividade e ganância. Quando decodificou o genoma humano em 2000, queria patentear e comercializar um banco genético global; 2011 mostrará o que se pode esperar de sua mais nova revolução.
Mano Menezes
Técnico da Seleção Brasileira
Chegou a hora de Luiz Antônio Venker Menezes, o Mano Menezes, provar que está mesmo preparado para comandar a maior paixão nacional: a Seleção Brasileira de Futebol. Em julho, o gaúcho encara seu maior desafio, a Copa América, que será disputada na casa da rival histórica Argentina. Mano, que assumiu o cargo de treinador da equipe após a derrota brasileira na Copa do Mundo da África do Sul, em meados do ano passado, promoveu uma renovação no time. Assim também havia feito seu antecessor, Dunga, quando virou técnico da Seleção em 2006. A diferença é que Mano, ao contrário de seu conterrâneo na escalação para a Copa, não ousou dispensar os talentosos Neymar e Paulo Henrique Ganso. Os dois jogadores fizeram parte da primeira lista de convocados do novo comandante, como queriam os torcedores. Com esses jovens entrosados, a chance de Mano passar no teste aumenta bastante.
Bono Vox
Vocalista do U2
Bono Vox, o líder da banda irlandesa U2 e famoso ativista de direitos humanos, protagonizou uma das maiores turnês mundiais de sua carreira em 2010, vista por cerca de 4,5 milhões de pessoas: a “360º Tour” que arrecadou cerca de US$ 200 milhões. Bono chegou a se contundir numa das apresentações, fato que o impediu de participar do festival de Glastonbury, na Inglaterra. Após três semanas, no entanto, ele já estava com o pé na estrada, cumprindo a disputada agenda americana e europeia de shows. Em 2011, a banda passará pela Austrália, Nova Zelândia e África do Sul antes de desembarcar no Brasil, no mês de abril.
Jonathan Franzen
Escritor
Há muito tempo um escritor estrangeiro não era saudado com tantos elogios como o americano Jonathan Franzen. Em 2010 ele sacudiu o cenário de cartas marcadas da literatura dos EUA com o aclamado romance “Freedom”, centrado numa família de classe média do Meio-Oeste com pano de fundo nos anos Bush. Sua escrita robusta e sarcástica, qualificada por ele de “realista trágica”, ajudou-o no título de “grande novelista americano” que recebeu da revista “Time” – ela dedicou-lhe uma reportagem de capa. A última vez que isso aconteceu foi com o estouro de Stephen King, uma década atrás. No embalo, Franzen entra em 2011 como o nome mais quente da literatura americana. E Hollywood, claro, já bate à sua porta. O poderoso produtor Scott Rudin adquiriu os direitos de filmagem de “Freedom” e vai levá-lo às telas. O leitor brasileiro vai poder saborear a sua erudição e humor com a edição nacional em 2011.
Luiz Carlos Trabuco
Presidente do Bradesco
Presidente do banco mais popular do Brasil, Luiz Carlos Trabuco passará o ano de 2011 lutando para ver o Bradesco chegar mais perto da posição que até 2009 foi dele de forma inconteste: a de maior instituição financeira do setor privado. Desde que o Itaú e o Unibanco se uniram, o Bradesco foi relegado à segunda posição no ranking dos maiores bancos privados. Posição, diga-se de passagem, nada cômoda. Este ano, Trabuco dará continuidade ao processo de capilarização do Bradesco, que em 2010 conseguiu o feito de estar presente em todos os municípios brasileiros. Foi uma conquista e tanto desse executivo que iniciou sua carreira como office-boy da empresa que hoje dirige, mas está longe de ser o suficiente para desbancar a liderança de seu principal concorrente. A grande missão de Trabuco agora é implementar uma estratégia agressiva para tentar reduzir ainda mais a distância que separa o Bradesco do topo do ranking dos maiores bancos privados do País.
