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O novo e premiado livro “Uma Viagem à Índia” (Editora Leya), do escritor português Gonçalo M. Tavares, narra a conturbada, melancólica e longa trajetória de um homem pela Índia nos dias de hoje. O romance chegou a ser comparado a “Os Lusíadas”, de Camões, e descrito como a “primeira epopeia portuguesa do século XXI”. Um dos mais importantes escritores de sua geração, Tavares é autor da tetralogia “O Reino”, que se destacou pelo título “A Máquina de Joseph Walser” (Companhia das Letras).

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Leia um trecho do livro :

Canto I

1
Não falaremos do rochedo sagrado
onde a cidade de Jerusalém foi construída,
nem da pedra mais respeitada da Antiga Grécia
situada em Delfos, no monte Parnaso,
esse Omphalus – umbigo do mundo –
para onde deves dirigir o olhar,
por vezes os passos,
sempre o pensamento.

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2
Não falaremos do Três Vezes Hermes
nem do modo como em ouro se transforma
o que não tem valor
– apenas devido à paciência,
à crença e às falsas narrativas.
Falaremos de Bloom
e da sua viagem à Índia.
Um homem que partiu de Lisboa.

3
Não falaremos de heróis que se perderam
em labirintos
nem na demanda do Santo Graal.
(Não se trata aqui de encontrar a imortalidade
mas de dar um certo valor ao que é mortal.)
Não se abrirá uma cova para encontrar o centro do mundo,
nem se procurará em grutas
nem em caminhos da floresta
as visões que os Índios idolatravam.

 


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