Macy Gray (São Paulo, Tom Brasil Nações Unidas, dia 4; Porto Alegre, Araújo Viana, 6; e Rio de Janeiro, Ribalta, 7) – Em sua primeira turnê pelo País, a cantora americana tem tudo para repetir as calorosas apresentações de 2001, realizadas no extinto Free Jazz Festival. Com um estilo nada açucarado, Macy pertence à geração de intérpretes que vêm injetando sangue novo no rhythm’n’blues, a exemplo de Missy Elliott, Kelis e Lauryn Hill. Natural de Ohio, ela estudou piano clássico e começou interpretando standards de jazz em bares de hotéis. Seu primeiro álbum, On how life is, é de 1999. Desde então, Macy Gray exercita a voz na melhor escola do funk, do soul e, claro, do rhythm’n’blues. Ainda não é uma diva, mas, com três discos nas costas, já provou que é do ramo. (Ivan Claudio)

Stomp (São Paulo, Credicard Hall, de 4 a 8; e Rio de Janeiro, Claro Hall, de 18 a 22) – É quase impossível enquadrar o trabalho desta delirante trupe inglesa de dançarinos-acrobatas-atores, que levam as platéias ao delírio com sua impressionante máquina percussiva. Criado há 13 anos, o Stomp se autodenomina como um grupo de atores de rua, que faz espetáculos sem mensagens escondidas e tira algo extraordinário do som de objetos comuns. Para agitar seu caldeirão sonoro, o Stomp – cujo espetáculo integra o projeto Pfizer Expressões – traz na bagagem 84 vassouras, 50 tampas de lata, 36 galões de óleo, 48 caixas de fósforos e muitas outras traquitandas, que, no conjunto, resumem suas apresentações numa só palavra: diversão. (Apoenan Rodrigues)

Discos

Luciane Menezes e Pau da Braúna (Independente) – A vasta pesquisa musical que a cantora carioca Luciane Menezes empreendeu ao percorrer vários Estados brasileiros trouxe à luz algumas pérolas do cancioneiro regional do País, que ficaram guardadas na sua gaveta até ela se unir ao atual grupo. Há dois anos, Luciane e Pau da Braúna estrelam na Lapa, reduto boêmio carioca, um show de sucesso no qual jongos, cirandas, maxixes e sambas-de-roda fazem o público dançar incansavelmente. Seu primeiro álbum reserva o mesmo espírito das apresentações ao vivo. Ou seja, resgata a música regional sem estilizações, mas com vivacidade para deixá-la atual. Quatro canções recentes – inclusive Assentamento, de Chico Buarque – recebem roupagem semelhante. Ouvir o CD é como fazer uma bela viagem off-road pelos quatro cantos do Brasil. (Francisco Alves Filho) 

Fotografia

América-America (Casa de Portugal, São Paulo) – Feitas entre uma e outra reportagem, as 27 fotos em preto-e-branco do santista Juan Esteves registram o cotidiano de pessoas comuns de várias cidades das Américas e do Caribe. Em Havana, ele retratou crianças soltas pelas ruas, casais enamorados e mulheres trajadas com a elegância que a situação cubana permite. Com a mesma atenção ao detalhe, em Buenos Aires registrou um autêntico portenho e, noutra foto, um garçom cuja androginia acena para novos tempos. Realizadas entre 1980 e 1998, as imagens impressionam pelo equilíbrio entre o instantâneo e o sentido de composição das linhas, volumes e luzes. (Ivan Claudio)