Comportamento

Tão longe, tão Perto
A telepresença, que para muita gente não passava de ficção científica, vira realidade, ganha adeptos e se torna uma alternativa às viagens de negócio

João Loes

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Quando foi lançado, em 1977, o filme Guerra nas estrelas bombardeou o mundo com tecnologias que surpreenderam até os mais aficionados por ficção científica. Pois uma das novidades apresentadas pelo diretor George Lucas há 31 anos virou realidade. Trata-se da telepresença. Com ela, uma pessoa que está em São Paulo e quer se reunir com um colega em Nova York não precisa mais passar dez horas em um avião. Basta agendar um horário e, na hora combinada, se instalar em uma sala equipada com o sistema. Com câmeras de alta resolução e microfones de última geração, ele faz a captura do áudio e dos movimentos de cada uma das pontas da reunião. Os dados são, então, trocados via internet de alta velocidade e reproduzidos em telas de 65 polegadas e caixas de som instaladas nessas mesmas salas. “Criamos a sensação de que todos estão em um mesmo ambiente, sem a necessidade de juntá-los fisicamente”, diz Marthin De Beer, gerente-geral de novas tecnologias da gigante das telecomunicações americana Cisco.

“Esse é um sistema que entrega o que a videoconferência prometeu e nunca cumpriu”, diz Marcelo Ehalt, diretor de engenharia da Cisco. Até o mobiliário que abriga o mecanismo deve seguir um padrão para evitar vazamento de som. Só assim a empresa garante o diferencial do produto – a sensação de presença em um sistema tão fácil de operar quanto um telefone. Mas tudo tem seu preço. A opção mais econômica sai por cerca de US$ 40 mil (R$ 95,6 mil) e as mais completas, que permitem a realização de conferências com até 96 pessoas, chegam a custar US$ 300 mil (R$ 714,6 mil).

Ainda que pareça restrita a um mercado reduzido, a telepresença já se revelou um filão tecnológico promissor. A gigante Hewlett-Packard, por exemplo, já vende um sistema chamado Halo TelePresence, enquanto a Teliris e a Polycom, também americanas, comercializam soluções semelhantes. Segundo especialistas, a crise econômica mundial deve aumentar a adoção da tecnologia. Quem sabe isso não acelera o desenvolvimento da telepresença e em breve poderemos ter conversas presenciais como Luke Skywalker e Darth Vader?