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SUPERPRODUÇÃO Cerca de 17 mil ingressos serão sorteados para o velório, na terça-feira 7, no estádio Staples Center, em Los Angeles

Michael Jackson viveu sob os holofotes. Sua morte não poderia ser diferente. O mundo acompanha de perto o desenrolar da novela que se iniciou após o falecimento do cantor. Da corrida pela herança à disputa pela guarda dos filhos, além de um funeral cheio de honras, tudo é um espetáculo. Para a cerimônia de despedida, marcada para começar na terça-feira 7, no ginásio Staples Center, no centro de Los Angeles, é esperado um milhão de pessoas.

A expectativa é de que o funeral de Jackson rivalize com o adeus da princesa Diana, em 1997, em Londres. Para acomodar a multidão, telões serão instalados no Teatro Nokia, vizinho ao estádio. A rua Chick Hearn Court, onde fica o ginásio, foi fechada pela polícia ainda na quinta-feira 2, quando foi confirmada a realização do velório no local. Caminhões de emissoras de tevê já estão estacionados nos arredores. Muitas celebridades, como Paul McCartney e Elizabeth Taylor, são esperadas. Serão sorteados 17 mil ingressos para o velório no Staples Center. A família planeja uma cerimônia íntima antes da abertura do ginásio ao público.

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ÁLBUM DE FAMÍLIA O rei do pop e seus herdeiros, Prince Michael Jr. (à esq.), Paris Michael Katherine (de verde) e Prince Michael II (o menor), entre amigos

Não é incomum grandes celebridades ficarem vários dias insepultas nos Estados Unidos. O cantor Frank Sinatra, por exemplo, levou seis dias para ser enterrado. No caso de Jackson, além dos preparativos para o funeral da década, as circunstâncias ainda não esclarecidas de sua morte também contribuíram para adiar o sepultamento. "Queremos saber o que aconteceu com Michael", disse Joseph Jackson, pai do cantor. A família aguarda os resultados da segunda autópsia, feita de forma independente. É provável que o corpo esteja sendo preservado em câmara frigorífica, pois embalsamar ou utilizar formol para conservá-lo implicaria o uso de produtos químicos. As investigações da polícia de Los Angeles, que apontarão a causa do falecimento do artista, ainda devem levar um mês para ser concluídas.

As informações iniciais são de que Jackson teria tomado uma injeção de Demerol, medicamento semelhante à morfina, antes de morrer. Ele também seria um consumidor contumaz de remédios que necessitam de prescrição médica para serem vendidos. Para obtê-los, ele usaria diversos nomes falsos, como Omar Arnond e Jack London, além de fazer os funcionários de laranjas, segundo o site de celebridades TMZ. O Departamento de Polícia de Los Angeles está investigando médicos e farmácias para entender como os medicamentos chegavam ao cantor. O dermatologista Arnold Klein, que trabalhou para Jackson, será um dos interrogados. A Procuradoria do Estado da Califórnia está buscando informações sobre remédios prescritos em uma base de dados eletrônica que contém o nome de todos os médicos que prescrevem medicamentos controlados, dos pacientes, além da data e da quantidade receitada. As informações serão passadas aos investigadores da Divisão de Homicídios do Departamento de Polícia de Los Angeles. Na casa do astro foram encontradas grandes quantidades do anestésico Propofol, usado somente para cirurgias em hospitais, entre outros remédios que só podem ser comprados com receita médica.

TRIUNFO INT ERROMPIDO

Michael Jackson em ensaio dois dias antes de morrer

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TUDO POR DINHEIRO Os pais de Michael Jackson, Katherine e Joseph, lideram a corrida pela herança de US$ 500 milhões

Não é incomum grandes celebridades ficarem vários dias insepultas nos Estados Unidos. O cantor Frank Sinatra, por exemplo, levou seis dias para ser enterrado. No caso de Jackson, além dos preparativos para o funeral da década, as circunstâncias ainda não esclarecidas de sua morte também contribuíram para adiar o sepultamento. "Queremos saber o que aconteceu com Michael", disse Joseph Jackson, pai do cantor. A família aguarda os resultados da segunda autópsia, feita de forma independente. É provável que o corpo esteja sendo preservado em câmara frigorífica, pois embalsamar ou utilizar formol para conservá-lo implicaria o uso de produtos químicos. As investigações da polícia de Los Angeles, que apontarão a causa do falecimento do artista, ainda devem levar um mês para ser concluídas.

A primeira opção da família para que o cantor pudesse ter um velório público foi Neverland, o rancho em Santa Barbara, na Califórnia, onde Michael Jackson viveu durante 17 anos, até 2005. O anúncio de que os portões da propriedade seriam abertos aos fãs para o velório rapidamente transformou a área num caos. Policiais tentavam organizar a circulação de jornalistas, caminhões de tevê e fãs, que montavam acampamento nos arredores de Neverland. Temendo o pior no dia da cerimônia, a família desistiu da ideia. Ainda não há confirmação do local de sepultamento. O código de segurança sanitária da Califórnia proíbe que restos mortais sejam enterrados fora de cemitérios. Só cinzas podem ser mantidas em casa (e os familiares teriam descartado a cremação do corpo do cantor). O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, teria se oferecido para tentar abrir uma exceção. Por isso, existe a possibilidade de que os familiares esperem essa autorização para levá-lo definitivamente para Neverland. O cantor será enterrado em um caixão de US$ 25 mil, de cobre folheado a ouro, semelhante ao do músico James Brown.

Com a morte de Jackson, foi dada a largada para a corrida pela sua fortuna. Várias pessoas querem lucrar com a fama do ídolo. Um dos episódios mais deprimentes foi protagonizado por Joseph Jackson, o pai do cantor. Ele aproveitou uma entrevista coletiva na qual confirmava que haveria uma cerimônia pública de despedida do astro pop para anunciar o lançamento de um novo selo musical, até agora batizado de Ranch Records – uma referência ao rancho Neverland

Quatro dias após o falecimento do cantor, sua mãe, Katherine Jackson, acionou a Suprema Corte de Los Angeles para requerer a guarda dos filhos e dos bens de Jackson. Na quarta-feira 2, veio à tona o testamento dele, que excluiu a ex-mulher e mãe de seus dois filhos mais velhos, a enfermeira Debbie Rowe, da herança, assim como o pai e os irmãos. O testamento afirma ainda que a guarda dos três filhos do cantor deve ser de Katherine. Se ela morresse primeiro ou ficasse impossibilitada de cuidar das crianças, elas deveriam ficar sob a tutela da cantora Diana Ross, 65 anos, grande amiga do astro pop. Foi encontrado também um documento que estima o patrimônio de Michael em US$ 500 milhões, sobretudo em direitos autorais de músicas. De acordo com o site de celebridades TMZ, Katherine ficaria com 40% do patrimônio, os filhos com outros 40% e os 20% restantes iriam para instituições de caridade.

Em entrevista ao jornal inglês The Times, a ex-babá Grace Rwaramba, que cuidou dos filhos de Jackson, disse que recebeu um telefonema de Katherine, no dia seguinte à morte dele, perguntando onde estaria escondido o dinheiro do cantor: "Grace, as crianças estão chorando. Estão perguntando de você.

Não conseguem acreditar que o pai morreu", teria dito Katherine. "Grace, você se lembra que Michael costumava esconder dinheiro em casa. Estou aqui, onde pode estar?" A babá respondeu:

"Eu disse a ela que olhasse nos sacos de lixo e debaixo dos tapetes. Mas você pode acreditar nisso? Essa mulher tinha perdido o filho há apenas algumas horas e me liga para saber onde está o dinheiro!" Dois dias depois da morte de Jackson, Janet, irmã do cantor, foi vista na porta da mansão onde ele morava, coordenando a retirada de pertences pessoais, que seguiram em três caminhões.

Segundo o testamento deixado por Jackson, o executivo na área da música John McClain, o contador Barry Siegel e o advogado John Branca foram indicados como executores do documento. Eles requisitaram de volta o poder para administrar os bens do cantor, que serão herdados por sua mãe e seus filhos. Com dívidas que podem chegar a US$ 600 milhões e decisões estratégicas a tomar sobre o reembolso de US$ 85 milhões dos ingressos da turnê "This is it", para a qual Michael estava ensaiando, Branca e McClain declararam que seria essencial que os executores assumissem o controle. Desta forma, poderiam recomeçar as negociações com a AEG Live, promotora dos shows em Londres para os quais Jackson se preparava. Na semana passada, foram divulgadas imagens do ensaio para as apresentações, ocorrido na véspera da morte, nas quais o astro aparece cantando e dançando. Parecia feliz.

Na segunda-feira 6, deve acontecer uma audiência para discutir como questões financeiras e pessoais de Michael Jackson deverão ser conduzidas.

O juiz da Suprema Corte de Los Angeles responsável pelo caso já negou o pedido de McClain e Branca de tirar de Katherine a posse temporária dos bens de Jackson. Devem entrar em pauta também questões polêmicas, como a guarda de Prince, 12 anos, e Paris, 11 anos. As crianças teriam sido concebidas por meio de fecundação in vitro, mas nem os óvulos de Debbie nem o sêmen de Jackson foram usados, segundo o site TMZ. Debbie afirmou que irá fazer um teste de DNA para provar que é a mãe biológica das crianças. "Quero meus filhos", disse à rede NBC 4.

Mortes de ídolos da música tendem a dar um impulso importante nas finanças. Os herdeiros do roqueiro Elvis Presley tiveram rendimentos de US$ 52 milhões no último ano, segundo o ranking da revista Forbes. Para efeito de comparação, Madonna ganhou US$ 40 milhões no mesmo período.

Jackson tem na biografia vários ingredientes para seguir o mesmo caminho, como uma morte inesperada, suspeita de abuso de remédios que necessitam de prescrição médica e, claro, um imenso talento que o alçou à condição de Rei do Pop. Um termômetro do que está por vir é a venda de álbuns na rede britânica HMV, onde, no prazo de uma semana a partir do falecimento dele, a procura por discos do ídolo se multiplicou por 80. Segundo a rede, esse aumento ultrapassa o que se seguiu às mortes de Elvis Presley, em 1977, e John Lennon, em 1980 A revista Billboard, uma das maiores referências mundiais em música, indicava que Jackson estava na nona colucação entre os dez álbuns mais vendidos na quarta-feira 1º.

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