Os japoneses levam a brincadeira a sério. Na semana passada, na feira Tokyo Toy Show, uma das mais concorridas do mundo no campo dos brinquedos tecnológicos, mais de 100 empresas e milhares de engenheiros e projetistas de diversos países apresentaram 36 mil novidades capazes de deslumbrar qualquer criança – e, convenhamos, também os adultos. Num verdadeiro festival de chips, sensores e microprocessadores, os brinquedos provaram que a imaginação de seus criadores voa cada vez mais longe. Falando em imaginação que se torna realidade robótica, imagine deixar o seu filho se divertindo com um robô de 70 centímetros que dança e reproduz música e, detalhe importante, ao final da brincadeira arruma toda a bagunça. Imagine também ter a sua casa invadida por coloridos insetos gigantes, todos teleguiados, inofensivos e engraçados. Mais ainda: que tal uma amiguinha humanóide chamada E.M.A., que caminha glamourosamente e, apesar de metálica, adora pedir e ganhar um "selinho" na boca? "A E.M.A. é muito amável, excelente namorada de mentirinha", diz Minako Sakanoue, diretora de marketing da empresa Sega Toys, responsável pelo desenvolvimento desse robô.

São nos menores brinquedos informatizados que estão as mais engraçadas brincadeiras, e assim é E. M.A. com seus 38 centímetros de altura. Ela é um exemplo do que se disse antes: há brinquedos dos quais os pais também podem eventualmente gostar devido à sua programação de atividades. E.M.A entrega cartões de visita, agenda números de telefones, canta, dança, ajuda a cuidar de crianças e, sempre que seus sensores lhe acusam que alguém aproximou o rosto de sua cabeça, aí vem o surpreendente: ela pede e dá uma inocente beijoca (um microcomputador interno faz com que o robô coloque suas mãos no rosto da criança). Essa engenhoca roubou a cena no Tokyo Toy Show. Estará à venda no Japão em escala comercial a partir de setembro. E custará aproximadamente US$ 200.

Bastante responsável e ao mesmo tempo baderneiro, o brinquedo AMPbot, da fabricante Hasbro, é boa companhia para qualquer criança. Com 70 centímetros de altura, ele tem armadura na cor preta brilhante, rodas fluorescentes e um jeito divertido de dançar. Equipado com software de música digital, o AMPbot liga seu som e começa a balançar o corpo de plástico. Depois da bagunça, dois grandes sensores em suas "mãos" ajudam o robô a juntar todos os brinquedos e guardar no lugar programado em seu computador interno pela mamãe. Seu lançamento está previsto para agosto, no Japão e nos EUA, ao preço de cerca de US$ 800.

Para provar que de fato a imaginação não tem limite, viu-se na feira uma mini galáxia que pode ser instalada no quarto ou sobre a banheira – ou seja, é possível tomar banho ou deitar-se contemplando estrelas e planetas do nosso sistema solar. O dono da idéia é a empresa Sega e o brinquedo chamase Homestar Spa: trata-se de uma bola de cristal luminosa munida de chips que a transformam num projetor que tem armazenadas imagens do cosmos. Claro que é à prova d’água e basta ligá-lo para que projete as imagens na parede ou no teto. Chega em setembro custando US$ 70. Também de olho no céu, os engenheiros projetaram até helicópteros teleguiados com infravermelhos, como o modelo HG3, da empresa japonesa Taiyo. Diferentemente dos modelos atuais dos helicópteros de brinquedo, esses novos modelos parecem ter saído de um estúdio de animação digital: são abelhas, vespas e outros insetos gigantes e supercoloridos programados a distância através de computadores. Eles podem passar algumas horas do dia sobrevoando o jardim. Boa brincadeira por US$ 100 cada unidade – ou melhor, cada helicóptero.

FOTOS: YOSHIKAZU TSUNO/AFP/GETTY IMAGES

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