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LUXO
Rosane exige que Collor devolva R$ 3 milhões
em joias que ganhou e ele se recusa

Depois de cinco anos, a ex-primeira-dama Rosane Malta voltou a exibir o largo sorriso característico dos tempos de Palácio do Planalto em Brasília. Na sexta-feira 10, ela reuniu amigos na casa onde mora em Alagoas para comemorar a vitória na primeira batalha de uma guerra judicial travada com o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB) desde 2005, ano em que o casal se separou oficialmente. Rosane obteve, na Justiça do Estado, o direito de manter a pensão de 30 salários mínimos (R$ 15.300) e receber dois apartamentos e dois carros no valor de R$ 950 mil. Mas ela promete não parar por aí. Sua intenção é conseguir a divisão de outros bens, avaliados em R$ 100 milhões, que o casal amealhou enquanto ela assinava o sobrenome Collor. “A luta só está começando. O que a juíza decretou é o mínimo para a minha sobrevivência. Fui fiel na alegria e na tristeza e saí praticamente de mãos abanando. Ainda espero que a Justiça me restitua tudo o que eu perdi”, disse a ex-primeira-dama à ISTOÉ.

Em 22 anos de casamento, tudo o que o casal adquiriu foi colocado no nome de Collor. Rosane argumenta que a atividade dela foi essencial para que ele tivesse condições de construir o patrimônio atual. Por isso, vai até a última instância judicial a fim de alcançar o seu objetivo. “As pessoas têm o direito de reconstruir suas vidas e de serem felizes. Só não podem perder o caráter e sujar sua própria história”, disse. Entre as ações em tramitação na Justiça estão a que pede uma cota de participação nas Organizações Arnon de Mello, legalmente a dona da maioria dos imóveis de Collor, e a devolução de joias Priscila Szafir, Bvlgari, Cartier e Tiffany, que ganhou de presente durante o casamento. “As joias estão na casa que era nossa em Brasília, mas o Collor não quer me devolver. São minhas de direito. Eu as recebi de presente”, afirma.

A ex-mulher do ex-presidente da República saiu do casamento com muito menos do que esperava. Hoje ela mora numa casa, registrada em nome de Collor, próxima a uma favela em Maceió e dirige um Ford Fiesta 2006 emprestado pelo pai. Quando era primeira-dama, Rosane era proprietária de uma Lamborghini e uma Porsche Carrera. “Além dessa casa, que não é minha, o Collor me deixou apenas com um Chrysler supervelho que nem funcionar funciona mais”, reclamou. Rompimentos matrimoniais à parte, o ex-presidente, hoje casado com a arquiteta Caroline Medeiros, poderia ter sido mais generoso, se quisesse. No início de julho, Collor declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 7,7 milhões. Entre seus bens constam uma Ferrari, uma Maserati e uma Mercedes, além de imóveis e percentuais da empresa de comunicação da família. Segundo a ex-mulher, o valor é muito maior. “O que ele declara no Imposto de Renda é fictício. Ele tem muito, mas muito mais.” Collor, no entanto, permanece irredutível. Mesmo sem pagar a pensão alimentícia há quase dois anos – já são R$ 300 mil de dívida referentes a pensões atrasadas –, o senador pedia a redução da parcela mensal para 20 salários mínimos (R$ 10.200) e que o pagamento cessasse após um período de três anos. Também não quer nem ouvir falar em novo processo de divisão de patrimônio. Procurado, o ex-presidente não retornou até o fechamento desta edição. “Collor era um ser humano. Hoje, ele tem um coração de pedra”, diz Rosane.

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