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A explosiva mistura entre alta tecnologia e jovens geniais não para de gerar personagens fascinantes. Se você considera Mark Zuckerberg, criador do Facebook e bilionário mais jovem do planeta, o exemplo maior dessa corrente, saiba que a concorrência anda apertada. Ao mesmo tempo que o dono da maior rede social do mundo erguia seu império, um jovem hacker russo escreveu uma história com ingredientes muito mais obscuros. Preso pelo FBI em Las Vegas no começo de novembro e apresentado à Justiça há poucos dias, Oleg Nikolaenko é acusado de criar a poderosa Mega-D, rede de computadores que dominou o negócio sujo de envio de spams durante boa parte dos últimos anos.

Segundo a investigação dos americanos, no auge da operação, em 2007, a Mega-D chegou a ser responsável pelo envio de 32% de todos os e-mails indesejados em um único dia. Para tanto, o russo dominou com maestria a estratégia de invadir computadores caseiros e neles instalar robôs capazes de transformá-los em verdadeiras metralhadoras de spams. Estima-se que cerca de meio milhão de “zumbis” – apelido dado às máquinas escravizadas – trabalharam em benefício da organização do mafioso digital sem que seus donos percebessem a artimanha.

Por ironia do destino, foi exatamente um dos clientes de Nikolaenko que o entregou. Ao ser preso pelo FBI depois de vender relógios Rolex falsos via internet, um golpista americano forneceu às autoridades a lista de spammers a quem costumava recorrer para fazer publicidade. As pistas levaram a um neozelandês que, por sua vez, delatou o russo. Calcula-se que o faturamento de Nikolaenko apenas com o caso dos relógios chegou a US$ 500 mil. Com a ajuda do Google, a polícia americana passou a rastrear e-mails e descobriu que uma das ações da Mega-D feriu a legislação federal, que prevê regras rigorosas para o envio de mensagens comerciais. Ao trocar intencionalmente o campo “Assunto” de um e-mail para enganar os destinatários, o russo passou a ser procurado.

Acabou preso durante o último salão do automóvel de Las Vegas, portando US$ 4 mil e dois passaportes falsos. Durante a apresentação do spammer à Justiça, seu advogado alegou inocência e fez um pedido de liberdade mediante pagamento de fiança. A promotoria conseguiu convencer a juíza responsável a negar a requisição e manter Nikolaenko preso até o julgamento do caso, que deve ocorrer no início do ano que vem. Se for condenado, o russo pode pagar uma multa de valor indeterminado e ficar até três anos na prisão. O internauta agradece.

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