Dou-lhe uma, dou-lhe duas e a casa é sua. Cada vez são mais comuns no País os leilões de imóveis, uma tentadora opção para quem quer economizar até 40% na compra da casa própria. As oportunidades só têm aumentado. No último fim de semana, Ronaldo Milan, dono da Milan Leilões, vendeu 66 imóveis de um lote de 73, em São Paulo, e arrecadou R$ 18 milhões para o Bradesco. Na quarta-feira 1º, a Caixa Econômica Federal pôs à venda 168 imóveis que retomou por inadimplência no Rio de Janeiro. No dia 14, a Zukerman Leilões negociará, para o Itaú, 450 direitos de créditos de imóveis pelo Brasil, depois de vender 55 imóveis para o Santander. “Os leilões são um shopping center do setor imobiliário”, define Amilton Nieto, diretor do Departamento de Patrimônio do Bradesco. “Como os interessados podem dar lances prévios, começamos o último leilão com 80% dos imóveis vendidos”, diz ele.

Há dois tipos de leilão. No judicial o bem é vendido pela Justiça para quitar débitos do proprietário. Já no leilão extrajudicial os imóveis oferecidos foram retomados pelos bancos que os financiaram, por atraso nas prestações. Esses leilões extrajudiciais são a estrela do momento. A Caixa, por exemplo, tem mais de 1,5 mil imóveis para serem vendidos com valor médio de R$ 60 mil, em todo o País.

Em qualquer tipo de leilão é preciso tomar alguns cuidados. O imóvel oferecido pode estar ou não ocupado e a obrigação de mover ação de reintegração de posse é do comprador. Se o imóvel possuir pendência judicial, há o risco de o negócio ser desfeito. Mas os bancos garantem que os custos das ações judiciais estão descontados na avaliação. É importante, porém, pesar as desvantagens. Se o imóvel retomado pelo banco tiver sido financiado pelo sistema de alienação fiduciária, a desocupação varia de dois a quatro meses. “Só deve comprar um imóvel ocupado quem pode esperar uma ação na Justiça. Em 80% dos casos, a desocupação é rápida”, diz o leiloeiro Mauro Zukerman, da Zukerman Leilões.

Casas e apartamentos leiloados são entregues no estado em que se encontram. Por isso, os especialistas advertem que ninguém deve comprar sem visitar o imóvel antes. Com a devida prudência, a participação é simples. Os leilões são sempre divulgados nos sites dos bancos e dos leiloeiros. Nos extrajudiciais é possível usar o FGTS, parcelar ou financiar o imóvel em até 60 meses. Mas nos leilões judiciais o pagamento é sempre à vista. Apesar de os valores médios variarem entre R$ 100 mil e R$ 200 mil, o preço dos imóveis vai de R$ 10 mil a R$ 2,5 milhões, principalmente quando estão à venda terrenos rurais e imóveis comerciais.

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