Assista a vídeo que mostra as mudanças na aparência de Michael Jackson :

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“Todo mundo quer um pedaço de Michael Jackson.” Essa frase foi dita pelo próprio cantor no auge das acusações contra ele referentes à suposta pedofilia e aparece como o primeiro verso da música “Breaking News”, uma das dez faixas inéditas do CD “Michael”, que chega às lojas do País no dia 14. O Rei do Pop fez essa canção dois anos antes de morrer e, descontada a sua mania de ­perseguição, estava certo em relação à rapinagem que se daria em relação à sua obra e ao seu patrimônio após seu falecimento, ocorrido no ano passado.

E a pilhagem aumenta agora quando se calcula que, somados todos os negócios depois de sua morte, o faturamento da marca MJ supere o valor de US$ 1 bilhão. O maior pedaço dessa fortuna está nas mãos da gravadora Sony Music que assinou com os advogados que cuidam do espólio do artista o maior contrato vigente hoje no mundo da música (US$ 250 milhões) – o acordo prevê o lançamento de dez produtos durante os próximos sete anos. É dessa negociação que se originaram o CD “Michael” e a caixa com três DVDs “Vision”, já à disposição dos fãs, reunindo todos os seus videoclipes, itens que certamente farão com que os lucros do cantor aumentem ainda mais. Segundo a revista americana “Forbes”, Michael Jackson é hoje o artista morto mais poderoso do show biz, batendo estrelas como Elvis Presley e John Lennon: no ano passado, os rendimentos com a exibição do filme “This Is It” e com a venda da trilha sonora, entre outros artigos, totalizaram US$ 275 milhões.

É mais do que ele embolsava quando estava vivo. Como não podem, por testamento, usufruir a totalidade desses lucros, seus familiares fazem
o que podem para reaver, por direito, a herança do Jackson mais rico. Sua mãe, Katherine, por exemplo, lançou nos EUA o álbum de fotos “Never Can Say Goodbye” e o seu pai, Joe, viaja com o ex-produtor do filho, Leonard Rowe, promovendo o livro “O Que Realmente Aconteceu a Michael Jackson”, que chega às livrarias esta semana. Seu objetivo é provar que o testamento de Michael Jackson é falso.

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DENÚNCIA
O pai, Joe Jackson, divulga a tese de complô contra o seu filho

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SAUDADE
A mãe, Katherine, lançou o livro com fotos inéditas e recordações

 
 

A maior expectativa, contudo, volta-se para o CD “Michael” que, ao ser anunciado em meados do mês passado, provocou polêmicas, ainda acesas.A mais grave atinge o projeto em cheio: não seria o artista quem estaria cantando em algumas faixas. A acusação partiu, em uníssono, de todo o clã. O irmão Randy chegou a postar esse comentário no Twitter: “Comecei a suspeitar desse álbum quando fiquei sabendo da presença de seguranças armados nos projetos que envolviam o nome do meu irmão. John McClain (um dos advogados que cuidam da herança de Michael) não permitiu familiares no estúdio. O que eles estavam tentando ocultar?” A principal suspeita é de que o cantor Jason Malachi tenha feito vozes suplementares para as gravações – o que ele nega. Para não desacreditar o CD, os executores do espólio divulgaram uma nota oficial em que afirmam que um musicologista deu autenticidade ao material: ele teria comprovado isso por meio da checagem das ondas sonoras. Em entrevista à ISTOÉ, Joe Jackson bateu na mesma tecla: “Não é a voz do meu filho e os artistas que aparecem nos duetos não são cantores, são apenas rap­pers.” O pai de Michael Jackson se refere aos músicos Akon e Lenny Kravitz e – agora sim – ao rapper 50 Cent, que fazem dueto com o artista, respectivamente, nas faixas “Hold My Hand”, “(I Can’t Make It) Another Day” e “Monster”. Dos nomes que participaram do álbum que Michael Jackson vinha trabalhando durante dois anos, apenas Will. I. Am, do Black Eyed Peas, desaprovou duramente a estratégia por achar que as canções não estavam finalizadas como o artista queria. “É um desrespeito, não uma homenagem”, disse.

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Só nos EUA, a primeira remessa de CDs será de 900 mil exemplares. A aposta na caixa de DVDs, que traz um clipe inédito (o da canção “One More Chance”, que mostra o cantor chutando os abajures das mesas de uma casa de espetáculos), não é menos otimista. Nas lojas na próxima semana, o game “Michael Jackson – The Experience” desafia o jogador a realizar passos de dança como o moon walk e completa o pacote natalino. E muita coisa ainda deve vir no momento apropriado. Michael Jackson era um compositor compulsivo e teria deixado pelo menos 200 músicas inéditas – elas garantiriam o futuro de seus três filhos. O ex-executivo da Sony Tommy Motolla confirma: “Ele chegava a compor 30 canções para cada disco e muitas ficavam de fora.” Sócio de Katherine Jackson no projeto Michael Jackson Secret Vault, o canadense Howard Mann diz que na memorabilia que adquiriu da família existem 273 gravações desconhecidas, com participações de Tina Turner, por exemplo. Foi por meio dessa empresa que Katherine lançou o seu livro. O seu marido não usufrui do contrato e, embora tenha dito que continua casado,
em sua passagem por São Paulo acusou a mulher de “fraca como Michael”, que deixou se dominar pelos advogados. Ele concorda: todos querem um pedaço de Michael Jackson.

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