img.jpg
ARTISTA VIAJANTE
“Perambulando”, de Franz Ackermann, artista residente
em Berlim, que pinta mapas de cidades universais

 

Com 83 obras de 26 artistas alemães, “Se Não Neste Tempo” procura refletir sobre o impacto da queda do Muro de Berlim na produção artística contemporânea da Alemanha. Da exposição participam artistas na faixa dos 30 e 40 anos, que nasceram e cresceram em um país dividido, mas que nos últimos 20 anos vem processando e registrando suas profundas transformações. Nos contrastes e continuidades produzidos entre as obras de artistas veteranos e contemporâneos, os curadores brasileiros Teixeira Coelho e Tereza Arruda, que reside em Berlim desde 1989, escrevem sua história da Alemanha reunificada.

img1.jpg
LESTE
Pintura de Tim Eitel, da escola de Leipzig,
ecoa a ex-Alemanha Oriental

 

Desde as austeras representações da Brigada da Juventude Socialista, produzidas pelo pintor Werner Tübke nos anos 1960, a partir de encomendas do Partido Comunista da Alemanha Oriental, até a Alemanha internacionalizada de Franz Ackermann, há um longo caminho. Com suas composições vigorosas, construídas com fragmentos de cidades visitadas em todo o mundo, Ackermann compõe o retrato de um país aberto e comunicativo. Embora viva em Berlim desde 1993, ou seja, quatro anos depois da queda do Muro, seus trabalhos são “mapas mentais” de lugares reais e fictícios que anunciam sua decisão de ser sempre um passageiro, nunca um residente. Assim como Ackermann, artistas como Tatjana Doll, Tim Eitel, Katharina Grosse, Eberhard Havekost, Andreas Hofer e Jonathan Meese estão entre os jovens alemães que ocuparam Berlim e contribuem para que ela se torne um novo centro de atração de novos artistas de todo o mundo.

O quadro de influências e propostas apresentado pelos nomes selecionados para a mostra é tão rico e expressivo quanto a tradição pictórica da Alemanha durante todo o século XX. Reconhecemos heranças das matrizes do neoexpressionismo, por exemplo, na pintura visceral de Jonathan Meese, na gestualidade de André Butzer e no traço primitivo de Andreas Hofer. Para além da vibração de Ackermann, a Alemanha é ainda silenciosa na obra de Tim Eitel e grave nas pinturas de Meese.

A corrupção, a guerra, o neofascismo e a morte são sombras da história que impregnam com agressividade e contundência as pinturas de Meese.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

img2.jpg
VISCERAL
“Deusa da Colheita (Febe)”, de Meese

 


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias