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A 300 quilômetros de Brasília há uma praia de areia fina e branca, águas cristalinas e geografia convidativa, enfeitada com 400 coqueiros espalhados estrategicamente pelo terreno de 25 mil metros quadrados. As ondas se oferecem quentes, numa temperatura de 37,5 graus, ambulantes circulam com seus carrinhos de queijo coalho, biscoito de polvilho e água-de-coco, entre outras iguarias típicas de um dolce far niente à beira-mar. Cenário perfeito, abstraindo o fato de que a orla marítima mais próxima fica a 1,2 mil quilômetros de distância.

Esse oásis artificial encravado no cerrado fica em Rio Quente, cidade goiana de 3,7 mil habitantes, famosa por suas abundantes nascentes de água, que atraem turistas há décadas para a região. Ele está situado em um complexo turístico que movimenta a economia da localidade, com seis hotéis e um enorme parque aquático. “Somos como a Disney”, compara Manoel Carlos Cardoso, diretor de marketing e vendas do Rio Quente Resorts, justificando a razão de construir uma praia de mentirinha em pleno Centro- Oeste brasileiro. “Temos de trazer novidades, renovar as atrações, para continuar atraindo freqüentadores.” O empreendimento segue uma tendência dos parques temáticos do mundo inteiro, que é reproduzir fielmente pedaços da natureza – com a diferença que em países como Alemanha, Estados Unidos e Japão essas ilhas de diversão ficam em locais fechados (por conta do clima) e próximas de grandes metrópoles.

i50258.jpgi50259.jpgA Praia do Cerrado, na verdade, são três, com capacidade para até 15 mil pessoas. Uma, concebida para as crianças, tem ondas baixas e profundidade de 50 centímetros. Outra é destinada ao agito, com bar aquático e deque molhado. E há a “área vip”, com atmosfera privê, lounge e decoração descolada. Essa última só pode ser usada pelos hóspedes de um dos hotéis do resort. As demais fazem parte do parque aquático Hot Park, aberto ao público (que paga entre R$ 33 e R$ 65). As ondas artificiais são produzidas por motor que funciona a compressão de ar e podem ser de nove tipos como baixas e altas, longas e curtas —, dependendo do público, chegando a até 1,20 metro de altura. A água quente é 100% natural e os 6,5 milhões de litros são renovados a cada três horas.

Para os hóspedes se esquecerem que estão em pleno Centro-Oeste do Brasil, o resort não poupou esforços. Foram importados 400 coqueiros do Nordeste e três mil metros cúbicos de areia fina e branca (o equivalente a 300 caminhões), originada de resíduo de cristal. Foram gastos R$ 13 milhões para a construção da praia artificial, que demorou 11 meses para ficar pronta. Mas a expectativa de retorno é alta. “Queremos dobrar o número de visitantes até o fim do ano”, diz Cardoso.