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Na última década, a Fundação Iberê Camargo concedeu bolsas de residência artística na Inglaterra, Argentina, em Portugal, no México, na França e nos EUA. Catorze artistas foram contemplados. “Eu fui para Buenos Aires com a bolsa em 2006 para participar da residência El Basilisco e foi uma experiência muito boa, que teve como resultado a minha primeira intervenção em espaço público”, afirma Iara Freiberg, que está entre
os 14 artistas reunidos na mostra “Convivências”. O evento comemora os dez anos dessa importante ação de fomento à arte contemporânea.

“A ideia não foi fazer uma exposição documental dos dez anos da bolsa, já que essa é uma vivência que a gente não consegue recompor. Partimos da ideia de que o programa foi uma circunstância de convivências pessoais dos artistas”, comenta o curador Jailton Moreira, à frente da bolsa Iberê Camargo.

Ronald Duarte fez sua residência artística no museu Serra Alves, em 2008, na cidade do Porto, em Portugal, onde desenvolveu a obra “Alvo Fácil”, trabalho de videoperformance sobre a violência urbana e as guerras mundiais. Especialmente para a abertura da mostra, Duarte reencenou o trabalho “Traçantes” (foto), apresentado pela primeira vez em 2003, no Rio de Janeiro. O público recebeu canetas de laser vermelhas para serem usadas de maneira lúdica durante um apagão programado na Fundação Iberê Camargo. “A ideia do trabalho parte da figura da bala do traficante, onde ele faz essa linha do tiro para onde todos vão atirar na hora do perigo. Convivo com isso diariamente em Santa Teresa, no Rio. Esse é um modo de trazer para a arte as questões da sociedade que muitas vezes ficam longe dos museus”, explica o artista. Além da exposição, foram lançados dois catálogos sobre os dez anos da bolsa. Em um dos livros, cada artista ganhou duas páginas para descrever sua experiência por meio de fotos, desenhos e textos que formam uma espécie de diário de viagem.