Numa orquestra de tango tradicional não podem faltar bandoneón, violino, viola, violoncelo, piano e um cantor influenciado por Carlos Gardel. De tradicional, a Orquestra Típica Fernández Fierro, da Argentina, só mantém essa formação de instrumentos. Os seus 12 integrantes, na faixa dos 30 anos, parecem mais roqueiros do que “milongueros” – alguns até exibem bem-cuidados dreadlocks. Em sua segunda apresentação em São Paulo, o grupo lotou o Auditório Ibirapuera com seu novo tango de qualidade excepcional. O primeiro do time a chegar ao teatro foi o pianista Santiago Bottiroli, que passou longo tempo se exercitando num lustroso Yamaha. “Só não viajamos com piano e violoncelo. Os outros instrumentos são trazidos debaixo do braço”, diz ele.

A bagagem restante se reduz a um globo de espelhos e à bandeira com o emblema da orquestra. Figurinos não existem e cada músico se apresenta como quiser. “Usamos roupas compradas por nossas mães”, diz o diretor artístico Yuri Venturini, à frente do violoncelo. O “homem do bandoneón” Martin Sued, por exemplo, chegou de bermuda e Havaianas. Ao subir ao palco, preferiu ficar descalço. Mais vaidoso, o cantor Walter “Chino” Laborde se troca algumas vezes. Para manter a boa voz, ele toma “muita Coca-Cola com Fernet”, drinque bem popular na noite portenha.

 

UMA ORQUESTRA QUE ABOLIU O TRAJE DE GALA

O pianista Santiago (acima) é o primeiro a chegar. Depois de uma conversa animada nos camarins, o grupo sobe ao palco com roupas “compradas pelas mães”

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