Será lançado na semana que vem nos EUA e chama-se “Decision Points” o livro de memórias do ex-presidente George W. Bush. Ele leva o mérito de não tentar entrar para a história, através daquilo que escreveu, de forma diversa da qual governou: seguindo ao pé da letra o conservadorismo de seu Partido Republicano. O ex-presidente é sincero. Admite que avalizou “técnicas duras de interrogatório” quando a CIA lhe perguntou se poderia submeter o terrorista Khalid Mohammed à tortura de “afogamento simulado” – Mohammed é suspeito de ser um dos mentores dos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York. Bush respondeu à CIA: “Com certeza”. Mais: o ex-presidente põe o dedo em sua própria ferida e conta sobre a decisão, já como inquilino da Casa Branca, de parar de ingerir bebidas alcoólicas. Reconhece que era balela a história das armas nucleares de Saddam Hussein. Tem a lisura de não tecer um comentário sequer sobre a gestão de Barack Obama.